IGP-M sobe 0,31% em abril, acima do esperado, após dois meses de deflação

Consenso LSEG de analistas previa alta de 0,05% no mês; no acumulado do ano, o indicador ainda mostra deflação de -0,60% e, em 12 meses, de -3,04%

Roberto de Lira

Preços do cacau foram destaque de alta entre as matérias-primas em abril (Reuters/Yusuf Ahmad)

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O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) colocou fim a um período de dois meses de deflação e subiu 0,31% em abril, após quedas de 0,52% em fevereiro e de 0,47% em março, informou nesta segunda-feira (29) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No acumulado do ano, o indicador ainda mostra deflação de -0,60% e, em 12 meses, de -3,04%.

A inflação em abril foi mais forte que a esperada pelo consenso LSEG de analistas, que previa alta de 0,05%.

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Em abril de 2023, o índice tinha registrado queda de 0,9% no mês e acumulava retração de -2,17% em 12 meses.

Em abril de 2024, o que puxou o IGP-M foram os preços ao produtor, que subiram 0,29%. Entre eles, destacaram-se aumentos no preço do cacau, que saltou de 19,92% para 63,63%, e do café, que foi de 0,62% para 9,57%, além da soja, que passou de -0,47% para 5,66%.

Enquanto isso, o minério de ferro apresentou uma redução menos acentuada, caindo de -13,27% para -4,78%, o que também teve papel importante na aceleração da taxa do IPA.

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IPA

Em abril, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,29%, o que representou uma inversão do comportamento observado em março, quando registrou queda de 0,77%.

O grupo de Bens Finais, no entanto, caiu 0,13% em abril, uma variação inferior a taxa de +0,03% registrada no mês anterior. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa recuou de 2,17% para -2,37% no mesmo intervalo.

Quando excluídos os alimentos in natura e combustíveis para consumo, a variação passou de -0,22%, em março, para +0,05%, em abril.

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Já a taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,72% em abril, intensificando a alta observada no mês anterior, quando registrou 0,22%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,06% para 0,85%.

O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou alta de 0,24% em abril, comportamento oposto ao de março, quando caiu 2,71%. A aceleração deste grupo foi principalmente influenciada por itens chave, tais como o minério de ferro, que suavizou a queda de -13,27% para -4,78%, a soja, cuja taxa alterou de -0,47% para 5,66%, e o café em grão, que acelerou de 0,62% para de 9,57%.

Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam a laranja, que despencou de uma alta de 17,27% para 2,81%, o algodão em caroço que retrocedeu de uma alta de 7,23% para uma queda de -4,25% e a cana-de-açúcar, que recuou de 0,04% para -1,09%.

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IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,32% em abril, avançando em relação à taxa de 0,29% observada em março. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco tiveram aceleração em suas taxas de variação.

O maior impacto veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação passou de -1,85% para -1,37%. Dentro desta classe de despesa, o destaque foi o subitem passagem aérea, que passou de -10,53% na medição anterior para -8,94% na atual.

Também apresentaram avanço em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,68% para 0,83%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,42% para 0,63%), Habitação (0,47% para 0,54%) e Comunicação (-0,06% para 0,16%).

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Os itens de destaque nesses grupos foram: hortaliças e legumes (de -0,29% para +6,04%), medicamentos em geral (-0,01% para 2,48%), tarifa de eletricidade residencial (-0,52% para 0,92%) e tarifa de telefone móvel (-0,10% para 1,27%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (de 0,64% para 0,24%), Despesas Diversas (0,81% para 0,18%) e Vestuário (0,13% para 0,05%) exibiram recuo em suas taxas de variação.

Dentro destas classes de despesa, os itens de destaque foram: gasolina (de 1,50% para 0,30%), serviços bancários (1,45% para 0,20%) e serviços de confecção (0,00% para -2,37%).

INCC

Em abril, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,41%, um valor ligeiramente superior à taxa de 0,24% observada em março.

Dos três grupos constituintes do INCC, as variações de março para abril foram as seguintes: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um recuo, passando de 0,26% para 0,17%; o grupo Serviços teve uma elevação de 0,14% para 0,29%; e o grupo Mão de Obra registrou novo avanço, variando de 0,23% para 0,74%.