Fitch confirma rating do Brasil em ‘BB’, com perspectiva estável

Agência cita economia grande e diversificada e finanças externas fortes, mas alerta para relação dívida pública/PIB elevada

Roberto de Lira

(Shutterstock)

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A Fitch Ratings confirmou nesta sexta-feira (15) o rating soberano do Brasil em ‘BB’, com perspectiva estável. Uma lista completa de ações de classificação está no final deste comentário de ação de classificação.

O rating do Brasil tinha sido elevado pela Fitch em julho passado, quando a agência citou o desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado em meio a choques sucessivos nos últimos anos, políticas proativas e reformas. A Fitch também alegou que tinha uma boa expectativa de novo governo trabalharia para melhorias adicionais.

Em seu comunicado hoje, a agência de classificação de risco afirmou que os ratings do Brasil são apoiados por sua economia grande e diversificada, alta renda per capita e mercados domésticos profundos e uma grande almofada de caixa que apoia a flexibilidade de financiamento do soberano e sua alta participação na dívida em moeda local.

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Além disso, são citadas as finanças externas fortes, que apoiam a resiliência a choques, sustentadas por uma taxa de câmbio flexível, reservas internacionais robustas e uma posição de credor externo líquido soberano.

As limitações, segundo a Fitch, são o fraco potencial de crescimento econômico, pontuações de governança relativamente baixas, relação dívida pública/PIB elevada e crescente e rigidez orçamentária.

Segundo a agência, o novo quadro orçamentário introduzido este ano visa ancorar um processo de consolidação gradual e resolver estas fragilidades orçamentárias, mas a sua eficácia é cada vez mais pouco clara.

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Pragmatismo político

Na declaração de hoje, a Fitch citou o amplo pragmatismo político do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro ano, quando ele se absteve de grandes mudanças no quadro monetário, avançando em medidas de aumento de receita e defendendo maiores investimentos por parte das estatais, mas não um retorno à agressiva política parafiscal do passado.

No entanto, foi citada a deterioração fiscal em 2023, impulsionada por receitas lentas, grandes aumentos de gastos relacionados à expansão dos benefícios sociais do Bolsa Família e da liquidação do estoque restante de pagamentos “precatórios” ordenados judicialmente.

Entre os fatores que podem levar a uma ação de rebaixamento ou de classificação negativa, a Fitch cita mudanças de política que podem minar a credibilidade da política fiscal, além da flexibilidade de financiamento e a sustentabilidade da dívida pública de médio prazo.

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Já entre os fatores que podem acarretar uma atualização de classificação positiva, foram listados progressos na consolidação orçamentária que estabilizem de forma duradoura a relação dívida/PIB e evidências de uma melhoria das perspectivas de investimento e crescimento econômico, com melhoria da governança.