Diferencial de juros Brasil-EUA está em queda, mas ainda é vantajoso para o país, diz Galípolo

Diretor de Política Monetária diz que país ainda segue atrativo para investimentos no país quando comparado com seus pares;

Reuters

Diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo (Paulo Bareta)

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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta sexta-feira (16) que o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos está se aproximando de nível historicamente baixo, mas ainda segue atrativo para investimentos no país quando comparado com seus pares.

Falando em live do Bradesco Asset Management, Galípolo comentou que o Brasil é grande candidato na disputa pelos investimentos globais, levando em conta o cenário que se avizinha, de corte de juros tanto nos Estados Unidos quanto em economias emergentes, somado à diminuição da exposição à China nos portfólios de investidores e ativos mais caros na Índia.

“Se tivermos sorte e apresentarmos bom comportamento da política econômica, o Brasil pode se apresentar como caso de eleição para atração de investimentos”.

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O diretor observou que, ainda que as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sejam o principal “farol do mundo” na precificação de ativos financeiros globais, o BC também observa o que está acontecendo em economias emergentes. Nesse ponto, ele destacou que cortes de juros em países que disputam investimentos com o Brasil favorecem a atratividade dos títulos de renda fixa brasileiros.

Após atrair investimentos nos últimos anos, em especial “real money” pela reorganização das cadeias de produção, a Índia, pontuou Galípolo, ficou bastante cara, ao passo que, na China, investidores vêm diminuindo as alocações de capital.

Ao destacar ainda o bom comportamento do real, mesmo diante da volatilidade forte dos Treasuries no segundo semestre do ano passado, Galípolo afirmou que a volatilidade cambial diminuiu. Assim, pela primeira vez em 25 anos e mesmo com o fechamento no diferencial de juros, não foi necessária uma intervenção adicional do BC no câmbio em 2023.

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(Com Estadão Conteúdo)

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