Déficit corrente em setembro recua para US$ 1,4 bilhão e chega a 1,92% do PIB em 12 meses

Déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em setembro de 2023 atingiu US$ 39,8 bilhões, ante US$ 56,9 bilhões em 2022

Roberto de Lira

(Shutterstock)

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As transações correntes do balanço de pagamentos do Brasil apresentaram déficit de US$ 1,4 bilhão em setembro de 2023, ante resultado também deficitário de US$ 6,9 bilhões no mesmo mês do ano passado.

Na comparação interanual, o superávit comercial brasileiro aumentou US$ 5,2 bilhões em setembro, o déficit em renda primária recuou US$ 820 milhões e o déficit em serviços cresceu US$ 191 milhões.

O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em setembro de 2023 atingiu US$ 39,8 bilhões (o equivalente a 1,92% do PIB), ante os US$ 45,4 bilhões (2,21% do PIB) no mês anterior e US$ 56,9 bilhões (3,09% do PIB) em setembro de 2022.

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Balança comercial

Segundo os dados do Banco Central (BC), a balança comercial de bens registrou superávit de US$ 7,2 bilhões em setembro de 2023, ante saldo positivo de US$ 2,1 bilhões em setembro de 2022. As exportações de bens totalizaram US$ 28,7 bilhões, uma redução de 5,2% na comparação interanual. As importações de bens recuaram 23,8% na mesma base de comparação, totalizando US$ 21,5 bilhões.

Já o déficit na conta de serviços totalizou US$ 3,3 bilhões em setembro de 2023, aumento de 6,2% em relação a setembro de 2022. A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$ 976 milhões, recuo de 46,9% na comparação com setembro de 2022, influenciada por menores gastos em fretes.

As despesas líquidas de viagens internacionais alcançaram US$ 674 milhões, um aumento de 37,2% em relação a setembro de 2022, com alta de 36,1% nas receitas (para US$ 566 milhões) e de 36,7% nas despesas (para US$ 1,2 bilhão). As despesas líquidas com aluguel de equipamentos somaram US$ 750 milhões, aumento de 9,8% em comparação a setembro de 2022.

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O déficit em renda primária somou US$ 5,5 bilhões em setembro, redução de 13,0% comparativamente ao déficit de US$ 6,3 bilhões do mesmo mês do ano passado. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 3,4 bilhões, ante US$ 5,1 bilhões em setembro de 2022.

Na comparação interanual, as receitas e as despesas brutas de lucros e dividendos reduziram US$ 1,2 bilhão e US$ 2,9 bilhões, respectivamente. As despesas líquidas com juros somaram US$ 2,1 bilhões em setembro de 2023, US$ 888 milhões superiores ao resultado de setembro de 2022.

IDP

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 3,8 bilhões em setembro de 2023, ante US$ 9,6 bilhões em setembro de 2022. No mês, houve ingressos líquidos de US$ 3,4 bilhões em participação no capital e de US$ 368 milhões em operações intercompanhia.

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O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 60,0 bilhões (2,89% do PIB) em setembro de 2023, ante US$ 65,9 bilhões (3,21% do PIB) no mês anterior e US$ 72,1 bilhões (3,91% do PIB) em setembro de 2022.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$ 1,8 bilhão em setembro de 2023, compostos por saídas líquidas de US$ 477 milhões em ações e fundos de investimento e por ingressos líquidos de US$2,3 bilhões em títulos de dívida. Nos doze meses encerrados em setembro de 2023, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 15,8 bilhões.

Reservas internacionais

As reservas internacionais caíram para US$ 340,3 bilhões em setembro, um recuo de US$ 3,9 bilhões em comparação ao mês anterior. O resultado decorreu de contribuições negativas por variações de paridades (US$ 1,7 bilhão) e variações de preços (US$ 2,3 bilhões). A receita de juros somou US$ 591 milhões no mês.