Covid-19: vacina da Pfizer funciona contra a variante de Manaus, diz estudo

Vacinas AstraZeneca/Oxford e CoronaVac também se mostraram eficazes para conter a variante brasileira do novo coronavírus, segundo estudos preliminares

Mariana Fonseca

Vacina contra Covid-19 da Pfizer (REUTERS/Dado Ruvic)

Publicidade

SÃO PAULO – A vacina contra Covid-19 desenvolvida pelos laboratórios Pfizer e BioNTech consegue neutralizar as variantes do coronavírus B.1.1.7 (originada no Reino Unido), B.1.351 (África do Sul) e P.1 (Manaus, Brasil).

É o que diz um artigo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine. Pesquisadores da Universidade do Texas (Estados Unidos) assinam o estudo, junto dos dois laboratórios.

A pesquisa utilizou um vírus isolado de Covid-19 e produziu três recombinações, cada uma com uma das variantes citadas.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Os cientistas então testaram a neutralização usando 20 amostras de anticorpos obtidos do sangue de 15 participantes que já tinham recebido a primeira dose da vacina, e três semanas depois receberam a segunda dose.

Todas essas amostras neutralizaram com eficiência as três variantes, incluindo a P.1.

O estudo alerta, porém, que mais mutações também podem alterar a forma de neutralização necessária.

Continua depois da publicidade

Outras duas vacinas contra Covid-19 também se mostraram eficazes para conter a variante brasileira do novo coronavírus: a AstraZeneca/Oxford e a CoronaVac. Os dois estudos ainda são preliminares, porém.

Entenda a P.1, variante brasileira do novo coronavírus

A P.1 surgiu no início de 2021. Além de Manaus, a nova cepa já foi registrada em Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, Pará e Paraíba.

O maior temor dos médicos é que a variante brasileira possa saturar o sistema de saúde de muitos estados e municípios. Isso porque duas mutações dentro da P.1 estão ligadas a maior transmissibilidade e a maior resistência do vírus.

Apesar dessa maior taxa de transmissão, estudos ainda não determinaram que a variante brasileira possa ter um grau maior de mortalidade direta.

Mas, como a nova cepa é mais infecciosa, ela tende a ser mais letal pelo número de pessoas infectadas e consequentes óbitos.

Leia mais
5 fatos sobre a P.1, variante brasileira do novo coronavírus

Vacina da Pfizer no Brasil

A vacina contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech está sendo aplicada nos Estados Unidos e no Reino Unido desde dezembro, além de ser o imunizante mais usado em Israel.

Uma pesquisa feita no país do Oriente Médio mostrou uma eficácia de 94% para a prevenção de contágio pelo novo coronavírus.

A vacina é a única no Brasil com registro definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não foi aplicada pelo Programa Nacional de Imunização.

A Pfizer deve entregar 14 milhões de doses ao Brasil até junho de 2021. As informações foram dadas pelo assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo, em conversa com a imprensa no Palácio do Planalto, na última segunda-feira (8).

O anúncio foi feito após videoconferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com representantes da companhia farmacêutica.

O ministro Paulo Guedes (Economia) também conversou com os jornalistas no Palácio do Planalto e disse que o Brasil obteve “praticamente uma declaração de que o acordo está fechado” com a Pfizer. O contrato, porém, ainda não foi assinado.

Estagnado em sua profissão? Série gratuita do InfoMoney mostra como você pode se tornar um Analista de Ações em 2021. Clique aqui para se inscrever.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.