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A confiança da indústria no Brasil recuou pela terceira vez consecutiva em novembro, registrando a quarta queda do ano, devido à piora tanto na percepção do setor sobre a situação atual quanto nas expectativas para os próximos meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (27).
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,3 ponto em novembro na comparação com o mês anterior e foi a 98,6 pontos, de acordo com os dados da FGV.
“O resultado sugere que os empresários estão cautelosos com o fim do ano, uma vez que a atividade do setor começa a dar sinais de arrefecimento”, explicou o economista do FGV IBRE Stéfano Pacini em nota.
“Tanto expectativa quanto situação atual apresentam pioras disseminada entre os segmentos, ratificando essa sinalização.”
Um dos fatores para a queda do ICI em novembro veio do Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, com recuo de 1,2 ponto no mês, para 101,7 pontos.
No ISA, houve forte piora nos componentes sobre o nível de demanda e sobre a situação atual dos negócios, ambos com queda de 2,9 pontos em novembro, a 102,1 pontos e 101,1 pontos, respectivamente.
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O Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, também contribuiu negativamente para a confiança, registrando baixa de 1,4 ponto no mês, a 95,4 pontos, o menor nível desde novembro de 2023 (92,6 pontos).
Para as expectativas, o principal destaque negativo foi o indicador que mede a tendência dos negócios para os próximos seis meses, que teve queda de 2,8 pontos, a 94,3 pontos, igualando o pior resultado desde fevereiro de 2024.
Em novembro, houve queda da confiança em 14 dos 19 segmentos industriais pesquisados.
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“No cenário macroeconômico, o ciclo de alta da taxa de juros com o intuito de segurar pressões de custos tende a conter a atividade econômica de um setor que teve a demanda aquecida durante quase todo o ano”, completou Pacini.
Neste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) votou de forma unânime para acelerar o ritmo de seu aperto monetário, elevando a Selic em 50 pontos-base, para 11,25% ao ano, em meio à preocupação com o superaquecimento da atividade econômica e os riscos de alta para a inflação.
Operadores precificam 55% de chance de uma alta de 75 pontos na reunião de dezembro.