Cenário favorável não chegou à indústria e confiança caiu em março, diz FGV

Fundação Getúlio Vargas informou que seu Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,9 ponto em março, para 96,5 pontos; índice de situação atual interrompeu sequência de seis altas

Reuters

Publicidade

(Reuters) – A confiança da indústria do Brasil recuou em março, em sinal de acomodação após um período de melhora da demanda e normalização dos estoques, uma vez que o cenário macroeconômico favorável ainda não impactou o setor significativamente.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou nesta terça-feira (26) que seu Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,9 ponto em março, para 96,5 pontos.

Segundo a FGV, até houve uma perspectiva mais positiva relacionada a contratações neste mês, mas as expectativas seguem de cautela no que diz respeito à produção.

Continua depois da publicidade

Em março, o Índice Situação Atual (ISA) caiu 1,4 ponto, para 96,6 pontos, interrompendo sequência de seis altas consecutivas. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 0,4 ponto, para 96,4 pontos.

“O cenário macroeconômico de quedas na taxa de juros, descompressão de custos e o bom momento do mercado de trabalho ainda não causaram um impacto substancial nos segmentos da indústria”, explicou em nota Stéfano Pacini, economista da FGV/Ibre.

Na semana passada, o Banco Central cortou a Selic novamente, a 10,75% ao ano, distanciando-se ainda mais dos elevados 13,75% em que permaneceu a política monetária por cerca de um ano até agosto passado.

Continua depois da publicidade

“O desenvolvimento da nova política industrial e da reforma tributária podem gerar ganhos de confiança do setor. Esses serão fatores chaves para a retomada do crescimento na indústria que ainda luta para manter o ritmo da atividade observada no último trimestre de 2023”, disse Pacini.

Em janeiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um plano de desenvolvimento para a indústria até 2033, uma das ações planejadas pelo governo na tentativa de dar tração ao setor e estimular o crescimento em meio a sinais de desaceleração econômica.