Campos Neto diz no G20 que ainda há trabalho a ser feito na desinflação global

Presidente do BC do Brasil afirmou que, após a ação sincronizada por bancos centrais, houve redução progressiva da inflação, mas que é preciso enfrentar a "última milha" do processo e que há riscos à frente

Reuters

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São Paulo (Reuters) – Ainda há trabalho a ser feito na última milha da desinflação dos países, disse nesta quarta-feira (28) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltando a existência de riscos à frente.

Em discurso de abertura da reunião de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20, Campos Neto disse que membros do grupo expressaram a necessidade de políticas fiscais e monetárias bem calibradas para gerar crescimento sustentável.

“Depois da ação sincronizada por bancos centrais, vimos uma redução progressiva da inflação, mas esse processo ainda não acabou, ainda há trabalho a ser feito na última milha, e riscos permanecem à frente”, disse.

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Ele afirmou que os bancos centrais seguem fortemente comprometidos em atingir a estabilidade de preços. Para ele, reduzir a inflação gera custos, mas um atraso da atuação nessa área pode ampliar os sacrifícios necessários.

O Brasil está na presidência do G20 neste ano, e o encontro das autoridades nesta quarta e na quinta-feira ocorre em São Paulo.

No discurso, Campos Neto agradeceu aos membros do G20 pelo “amplo suporte” às prioridades colocadas pelo Brasil para os debates deste ano, com foco em combate à pobreza e à desigualdade.

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O presidente do BC defendeu iniciativas de inclusão financeira como pilar central das reuniões desta semana, argumentando que esse tópico tem potencial para reduzir desigualdades.

Ele disse ainda que as dívidas soberanas dos países atingiram níveis muito altos depois da pandemia de covid-19, com impacto em especial sobre países mais pobres e em desenvolvimento.