BCE pode aguardar antes de avaliar próximo corte nos juros, diz Kazimir

Para o presidente do BC da Eslováquia, setembro será um mês decisivo, quando haverá mais dados sobre o desempenho da economia, a situação do mercado de trabalho e as perspectivas

Reuters

O presidente do BC da Eslováquia e membro do BCE, Peter Kazimir.      (Foto: Bobby Yip/Reuters)
O presidente do BC da Eslováquia e membro do BCE, Peter Kazimir. (Foto: Bobby Yip/Reuters)

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Frankfurt (Reuters) – O Banco Central Europeu deve aguardar antes de considerar outro corte nas taxas de juro, já que a inflação está longe de ser derrotada e as pressões dos preços podem ressurgir, disse o presidente do BC da Eslováquia e membro do BCE Peter Kazimir em comunicado nesta segunda-feira (10).

O BCE reduziu as taxas de juros de um nível recorde na quinta-feira mas não se comprometeu com qualquer movimento futuro, e os mercados continuam reduzindo suas expectativas de cortes, prevendo pouco mais do que apenas mais uma redução este ano.

“Podemos nos dar ao luxo de aproveitar o verão (no Hemisfério Norte) sem nos apressarmos em tomar uma decisão”, disse Kazimir, um conservador declarado. “No outono, teremos muitas informações e dados novos sobre o desempenho da economia, a situação do mercado de trabalho e as perspectivas econômicas.

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“Setembro será um mês decisivo”, disse Kazimir.

Embora o BCE tenha dito que a reunião de julho seria aberta, autoridades disseram que é improvável que haja outro corte.

Parte da cautela se deve ao receio de que a inflação ainda possa aumentar de novo, principalmente depois que dados salariais recentes mostraram a continuidade de grandes aumentos na renda após anos de declínio real.

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“Ainda há um risco não desprezível de ressurgimento de pressões inflacionárias ligadas a eventos globais ou cortes apressados nos juros”, disse Kazimir. “A situação econômica na zona do euro continua frágil, e a ‘fera da inflação’ ainda não foi derrotada.”

O BCE estima que a inflação permanecerá instável pelo resto do ano, com alguns altos e baixos, antes de retomar a trajetória descendente no próximo ano, caindo para 2% apenas no final de 2025.

“Esse declínio será acidentado, mas estamos caminhando em direção à meta”, acrescentou Kazimir.