Ao longo do ano governo enxergou o quão técnico é o trabalho do BC, diz Campos Neto

Ele destacou que com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a interação foi crescente ao longo de 2023

Estadão Conteúdo

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na CAE do Senado
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na CAE do Senado

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 21, que ao longo do ano o governo entendeu quão técnico é o trabalho da autoridade monetária, o que melhorou o relacionamento entre as partes após um início de ano com muitas críticas à condução da política monetária pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Esse foi o primeiro teste da autonomia, um teste em que a gente aprendeu muito, de todos os lados, o BC convivendo com o governo novo”, disse Campos Neto em dia de divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Ele destacou que com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a interação foi crescente ao longo de 2023. “Temos boa relação com o governo e esperamos que o relacionamento melhore”, disse.

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Ciclo de juros

O presidente do Banco Central reiterou que a autoridade monetária considera o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual na Selic adequado e que “próximas reuniões” significam duas reuniões, portanto, com sinalização até março.

De acordo com Campos Neto, as estimativas de inflação para 2024 ficaram praticamente paradas desde a última reunião do Comitê de Política Monetária Copom). Ele reforçou que a autoridade monetária olhou de forma especial para a inflação de serviços e viu melhora.

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No caso do hiato do produto, que é super importante, ele destacou que houve um ligeiro fechamento, “mas muito marginal, não mudou muita coisa”.

Argentina

O presidente da autoridade monetária também comentou que já conversou com argentinos, defendendo que uma agenda reformista cria tempo para países em dificuldade com o fiscal. Ele aproveitou para frisar que no Brasil também há preocupação do mercado com o fiscal, mas a sinalização de reformas e a perseguição dessas metas também têm efeito relevante.

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O presidente da Argentina, Javier Milei, assinou na quarta-feira uma série de decretos que promovem uma desregulamentação da economia, como revogações de leis nos setores imobiliários, de abastecimento e de controle de preços.