Anvisa diz que houve discrepâncias em pedido de importação de insumo da CoronaVac

Butantan havia reclamado de um suposto atraso de mais de um mês da Anvisa em analisar pedido de importação de insumos da vacina chinesa

Reuters

(REUTERS/Amanda Perobelli)

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BRASÍLIA – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta sexta-feira que já fez uma análise do pedido de importação pelo Instituto Butantan de insumos da vacina chinesa contra Covid-19 CoronaVac, na qual foram identificadas “discrepâncias” informadas ao centro de pesquisas paulista, e destacou que não houve qualquer tipo de atraso na verificação.

O Butantan havia reclamado na véspera, em comunicado, de um suposto atraso de mais de um mês da Anvisa em analisar pedido de importação de insumos da vacina chinesa, mas o órgão regulador, também em nota, havia contestado e dito que a questão será respondida em até cinco dias úteis, negando que tenha atrasado o processo.

Em uma nova manifestação nesta sexta, a Anvisa disse que “o referido processo já havia sido analisado, quando da publicação da notícia, e que foram identificadas discrepâncias. Estas discrepâncias foram comunicadas ao Instituto Butantan”.

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A Anvisa acrescentou que o instituto paulista fez no mesmo processo de insumos um pedido de autorização excepcional para importação de vacina na forma em seringa preenchida e na forma de um produto intermediário. Segundo a agência, são produtos em condições sanitárias diferentes.

“Para não haver perda de tempo, o processo foi desmembrado e as vacinas envasadas terão sua análise feita no prazo máximo de até cinco dias úteis, separada da análise do pedido de insumos”, afirmou a agência.

O órgão regulador afirmou que o processo se encontrava pautado para 4 de novembro, “justamente para que houvesse tempo hábil para o atendimento das discrepâncias apontadas no processo referente à matéria prima vacinal”.

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“Assim sendo, não há nenhum tipo de retardo/atraso/morosidade por parte da Anvisa. A análise foi feita e as discrepâncias foram encaminhadas para o atendimento pelo laboratório”, informou.

Na véspera, o Butantan havia dito que aguardava desde 18 de setembro parecer da Anvisa ao pedido de importação de matéria-prima para produção da CoronaVac no Brasil.

O centro de pesquisa biológica paulista, que será responsável pela produção da CoronaVac no Brasil, disse no comunicado que o pedido tem “caráter excepcional para agilizar o fornecimento do imunizante no Brasil, contribuindo para salvar vidas e combater a pandemia”, e acrescentou que “obviamente” a vacina não será aplicada sem a aprovação e registro da Anvisa.

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A vacina chinesa virou tema de disputa acirrada entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, seu desafeto político, uma vez que o Butantan é ligado ao governo paulista.

Bolsonaro vetou um acordo costurado por seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que previa a compra de 46 milhões de doses da vacina produzida pelo Butantan com o objetivo de integrar o Programa Nacional de Imunização.

Apesar da disputa, o Butantan disse esperar que a agência “reavalie prazos e contribua para resguardar a saúde pública e a proteção dos brasileiros”.