Análises indicam que não há risco relevante para o Sistema Financeiro Nacional, afirma Banco Central

"Testes de estresse de capital demonstram que o sistema bancário está preparado para enfrentar todos os choques macroeconômicos simulados"

Estadão Conteúdo

Edifício Sede Caixa Econômica Federal e Banco Central em Brasília

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O Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta terça-feira, 9 pelo Banco Central, destaca que as análises feitas pela autoridade monetária indicam que não havia riscos relevantes para o Sistema Financeiro Nacional (SFN) em dezembro do ano passado.

“Testes de estresse de capital demonstram que o sistema bancário está preparado para enfrentar todos os choques macroeconômicos simulados. O SFN mantém provisões adequadas ao nível de perdas esperadas com crédito, e capitalização e liquidez confortáveis. Esse desempenho está em linha com a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB), que, no último trimestre de 2021, situava-se acima do nível pré-pandemia”, apontou o documento.

O BC ressaltou que o risco fiscal elevado e o processo de aperto monetário em curso continuam impactando as condições financeiras atuais e, consequentemente, a atividade econômica corrente e futura. Por outro lado, a autoridade monetária avaliou que a guerra entre Rússia e Ucrânia tem impacto apenas limitado para o Brasil, que tem uma corrente de comércio reduzida com os países em conflito.

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“A confiança do mercado na estabilidade financeira permanece elevada, embora tenha recuado levemente. As instituições financeiras manifestaram preocupação com o risco fiscal e com a inflação doméstica, menor confiança na recuperação da atividade econômica e queda na disposição para tomar riscos”, destacou o documento.

O REF avaliou ainda que o sistema financeiro das principais economias segue resiliente, com os bancos desses países com níveis de capital e liquidez robustos. De acordo com o relatório, os testes de estresse realizados pelos demais bancos centrais indicam que o sistema financeiro global permanece preparado para suportar choques adicionais.

“O conflito entre Rússia e Ucrânia provocou perda de valor das ações de algumas instituições financeiras nesses países, inclusive de bancos sistemicamente importantes em nível global, mas, até o momento, os indicadores prudenciais dessas instituições apontam para níveis de capital acima do mínimo requerido”, completou o BC.

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Índice de Basileia

O Índice de Basileia do Sistema Financeiro Nacional atingiu 16,5% em dezembro de 2021, ante uma taxa de 16,9% verificada em junho do ano passado, segundo dados do Relatório de Estabilidade Financeira do segundo semestre de 2021. A publicação normalmente é feita em abril, mas, na época, os servidores do BC estavam em greve, que foi encerrada no início de julho.

O Índice de Basileia é um conceito internacional, definido pelo Comitê de Basileia, que estabelece uma relação mínima entre o Patrimônio de Referência (PR) e os ativos ponderados pelo Risco (RWA) dos bancos.

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No Brasil, o índice a ser obedecido é de 8%. O porcentual significa que, para cada R$ 100,00 que um banco empresta, a instituição precisa ter R$ 8,00, levando-se em consideração o nível mínimo regulatório.

ROE

O Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) do sistema bancário atingiu 15,1% em 12 meses até dezembro de 2021, ante taxa de 14,0% em junho do ano passado. Em dezembro de 2020 – já durante a crise provocada pela pandemia de covid-19, o ROE em 12 meses dos bancos havia chegado ao menor patamar da série histórica compilada pelo BC, em 11,5%.

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Índice de Liquidez

O Índice de Liquidez (IL) do Sistema Financeiro Nacional passou de 2,6 em junho do ano passado para 2,3 em dezembro, conforme o REF agora divulgado. Esse indicador é usado para avaliar a capacidade de pagamento de instituições financeiras em relação a suas obrigações. Ele representa a relação entre os ativos mais líquidos do sistema bancário e a honra de seus compromissos em um prazo de 30 dias. Quanto maior o número, mais confortável é a situação de liquidez dos bancos.

Já o Índice de Liquidez Estrutural (ILE) se manteve em 1,3 em dezembro, mesmo patamar de junho do ano passado. O desejável é ter um índice perto ou acima de 1, já que esse termômetro serve para verificar quanto as instituições possuem de recursos estáveis em seus passivos para fazer frente a um ativo de mais longo prazo – seja ele crédito, investimento ou participação societária, entre outros.

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