Neon é novo unicórnio brasileiro, após receber investimento de R$ 1,6 bilhão

Fintech informa ter 15 milhões de clientes, 88% nas classes C, D e E. Cerca de R$ 3,7 bilhões já foram captados com investidores

Mariana Fonseca

Cartão da Neon (Divulgação)

Publicidade

A fintech Neon anunciou nesta segunda-feira (14) ter se tornado o mais novo unicórnio brasileiro – nome dado para startups que atingem uma avaliação de mercado de ao menos US$ 1 bilhão.

O status veio após uma rodada série D de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão na cotação atual), realizada pelo banco espanhol BBVA. “O investimento acontece em meio a um contexto de disrupção tecnológica sem precedente, com crescimento sólido de modelos digitais e inovadores especialmente entre os serviços financeiros. Além de um comprometimento claro com a inovação, o investimento permite que o BBVA ganhe exposição ao varejo bancário brasileiro, um dos mercados com maior potencial no mundo”, escreveu o banco em comunicado sobre o aporte.

A Neon foi criada em 2016. O banco digital fornece serviços financeiros para pessoas físicas e jurídicas de pequeno porte, como contas digitais gratuitas, empréstimos pessoais e cartões de débito e crédito.

Continua depois da publicidade

Procurada pelo Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, a fintech não divulgou qual foi sua avaliação exata com a rodada. A Neon diz ter se tornado unicórnio há “algum tempo” – mas o anúncio desse status foi feito apenas com a rodada desta segunda-feira. A Neon afirmou em comunicado próprio ter 15 milhões de clientes, e que seu faturamento cresceu três vezes em 2021. Por mês, seriam mais de R$ 5,8 bilhões em transações movimentadas.

Leia mais
Brasil ganhou 10 unicórnios em 2021. Veja quais foram as startups bilionárias do ano

O BBVA ficou com uma participação de 29,7% na Neon após a série D. Vale lembrar que o BBVA aposta no banco digital desde 2018, quando investiu no negócio pelo fundo de capital de risco Propel. O BBVA já apostou em outros bancos com proposta tecnológica pelo mundo, como o britânico Atom Bank e o alemão Solarisbank.

A Neon já captou R$ 3,7 bilhões com investidores desde 2016, informou a fintech no comunicado próprio. Além do BBVA, outras empresas de serviços financeiros que aportaram no banco digital foram Banco Votorantim e PayPal. Já entre as gestoras de investimentos estão nomes como BlackRock (que tem no seu portfólio de inovação empresas como a indiana dos pagamentos Paytm e a americana dos automóveis elétricos Rivian), General Atlantic (Gympass, Hotmart, Quinto Andar) e Vulcan Capital (Loft, Wildlife).

Próximos passos da Neon

A Neon investirá o dinheiro captado em marketing, produto, tecnologia e caixa. Os novos lançamentos serão feitos com base em uma inteligência proprietária para concessão de crédito, chamada Democredit. A fintech afirmou que seu objetivo é ser “o principal parceiro do brasileiro trabalhador”. 88% dos seus 15 milhões de clientes são das classes C, D e E. A expectativa para este ano é “mais que dobrar a receita”.

“Queremos atingir mais brasileiros, contribuindo para a redução da desigualdade e fazendo a diferença em suas vidas. A Neon vai continuar a crescer rapidamente e a entregar seu propósito”, escreveu Pedro Conrade, fundador da Neon, no comunicado do BBVA.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.