Após entregar bons números “arrastando corrente pesada”, CVC mostra otimismo de olho na economia

De acordo com o CEO da CVC, Luiz Eduardo Falco, a perspectiva de retomada do crescimento da economia brasileira deve influenciar positivamente nos negócios da empresa

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A CVC (CVCB3) divulgou um resultado que sinaliza resiliência nas operações e fundamentos sólidos, segundo os analistas do BTG Pactual. Mesmo assim, suas ações caem no pregão desta sexta-feira (9) com os investidores preocupados com o fluxo de caixa da empresa. Às 12h42 (horário de Brasília), os papéis registravam baixa de 3,01%, a R$ 55,09.

A companhia teve um lucro líquido ajustado de R$ 92,8 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida no período foi de R$ 414,9 milhões, crescimento de 32,2% na comparação anual.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da operadora de viagens subiu 23,3%, para R$ 205,3 milhões. Os dados são “pro forma”, ou seja, ajustado por itens que a empresa considera não recorrente ou que não afetam a geração de caixa.

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Os analistas do BTG destacam a captura de sinergias como o principal motor para o resultado. Pela primeira vez os dados trimestrais incluíram as vendas do Grupo Bibam no período, empresa argentina adquirida pela CVC no início de setembro.

As reservas confirmadas da CVC totalizaram R$ 3,516 bilhões, um crescimento de 10,4% na comparação anual. As despesas operacionais recorrentes cresceram 7,9% em função, principalmente, do aumento dos gastos com marketing na divisão de negócios online e, também, de despesas relacionadas a fusões e aquisições.

Do lado negativo, os analistas do BTG e do Itaú BBA destacam o fluxo de caixa operacional caiu de R$ 277 milhões para R$ 58 milhões, impactado principalmente pela deterioração do capital de giro com o aumento de recebíveis. 

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Parte dessa deterioração é explicada por ajustes nas últimas empresas adquiridas. No entanto, outra parte vem de uma corrosão na dinâmica do capital de giro no negócio de lazer, observam os analistas do Itaú BBA.

“A empresa entregou vendas saudáveis e números associados a sinergias evidentes geradas a partir de suas aquisições. Dito isso, deterioração do capital de giro é notável e gostaríamos de entender melhor o atual nível de capital de giro a partir de agora, depois que a empresa mudou seu perfil de negócios com suas várias aquisições”, comentou o Itaú BBA, em relatório enviado a clientes. 

Apesar da queda desta sessão, o BTG Pactual aponta otimismo e destaca que a CVC novamente conseguiu entregar resultados sólidos, com expansão de margem e uma receita resiliente como os principais destaques. “Como empresa premium, e apesar da alta recente das ações, de cerca 11% nos últimos 30 dias, ainda seríamos compradores com base nos sólidos fundamentos que devem continuar impulsionando o ROIC (Retorno sobre o capital investido) acima da média e um CAGR ( taxa de crescimento composta anual) de 20% nos próximos cinco anos.

Assim, a recomendação para os papéis é de compra, com preço-alvo de R$ 60,00; o Itaú BBA, apesar das considerações acerca do capital de giro da empresa, também mantém recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 64,00. 

Próximos passos
Em entrevista ao InfoMoney, o CEO da CVC, Luiz Eduardo Falco, conta que as expectativas são otimistas para o último trimestre do ano, às vésperas da alta temporada. “Vai ser um trimestre puro, sem Copa do Mundo, greve de caminhoneiros. Podemos voltar ao normal. No terceiro trimestre fizemos bons números arrastando uma corrente pesada”, diz. 

A perspectiva de retomada do crescimento da economia brasileira também deve influenciar positivamente nos negócios da empresa. Segundo Falco, a companhia avançou de 12% a 13% nos períodos em que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu de 2% a 3% – patamar esperado para 2019. “A empresa está grande e precisaremos crescer sobre base maior. Estamos animados para o ano que vem”, disse.