Informações divergem, mas compra “cada vez mais certa” da CSA faz ação da CSN cair

Mercado apresenta preocupação com elevação do endividamento da siderúrgica brasileira caso operação de compra da CSA aconteça

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio às notícias de que um acordo para a compra da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) esteja perto de acontecer, as ações da CSN (CSNA3) são destaque de queda nesta sessão. Às 10h44 (horário de Brasília), os ativos da companhia registravam desvalorização de 4,12%, a R$ 5,82, enquanto o índice registra leve baixa de 0,13%, a 46.678 pontos, no mesmo horário.

De acordo com fontes ouvidas pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, a CSN e a ThyssenKrupp teriam chegado a um acordo sobre a venda da fatia da CSA.

Para que o acordo se concretizasse, seria necessário o aval da Vale (VALE3;VALE5), que possui sociedade no grupo alemão com uma participação de 27% na CSA. Contudo, conforme informações de fontes ouvidas pela Reuters, a planejada venda da usina da CSA não deve acontecer rapidamente. 

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“O processo ganhou força, mas seria um milagre se uma decisão puder ser tomada nos próximos dias”, disse a fonte à Reuters. 

A compra da CSA pela CSN não é vista com bons olhos pelo mercado, uma vez que a companhia alemã vem apresentando uma série de prejuízos. Além disso, a dívida da CSN também preocupa. 

Conforme destaca a equipe de analistas da XP Investimentos, a notícia segue no campo especulativo. “De qualquer forma, ressaltamos nosso receio quanto a um possível aumento substancial na já elevada alavancagem da CSN – que possui uma relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações de 3,75 vezes. Tal evento poderia ainda levar uma oferta de ações, ou a diluição do minoritário caso seja feito através de troca de ações”, afirma a corretora.

Também do setor siderúrgico, a ação da Usiminas (USIM3;USIM5) devolve uma pequena parte da alta de mais de 15% apresentada na véspera, em meio à onda de revisão de análise por bancos e corretoras fazendo com que, na véspera, os papéis da companhia tivessem o melhor pregão desde 2008. Nesta sessão, os ativos ON da Usiminas têm queda de 2,05% e os PNA, de 2,52%

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.