Colar de diamantes possivelmente ligado à morte de Maria Antonieta vai a leilão

Peça foi avaliada em US$ 2,29 milhões, equivalente a mais de R$ 13 milhões

Reuters

Colar com quase 500 diamantes durante prévia de leilão da Sotheby's, em Genebra, na Suíça
07/11/2024 REUTERS/Denis Balibouse
Colar com quase 500 diamantes durante prévia de leilão da Sotheby's, em Genebra, na Suíça 07/11/2024 REUTERS/Denis Balibouse

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GENEBRA (Reuters) – Um colar cravejado de diamantes que se acredita estar envolvido em um escândalo que acabou levando à queda da última rainha da França, Maria Antonieta, será vendido em Genebra na próxima semana.

A peça da era georgiana, contendo 300 quilates de diamantes e que será vendida por um colecionador particular asiático em Genebra no dia 13 de novembro, está avaliada em cerca de 2 milhões de francos suíços (equivalente a 2,29 milhões de dólares), segundo a Sotheby’s, embora possa render muito mais.

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A peça esteve no centro de um escândalo na década de 1780, conhecido como o “Caso do Colar de Diamantes”, no qual uma nobre em dificuldades chamada Jeanne de la Motte fingiu ser a rainha francesa e adquiriu o colar em seu nome sem pagamento.

Um julgamento posterior considerou a rainha inocente, mas pouco fez para aliviar sua crescente notoriedade por ser extravagante, o que ajudou a alimentar a Revolução Francesa e a decapitação de Maria Antonieta.

“É provável ou possível que alguns desses diamantes tenham vindo do famoso colar de diamantes que levou à queda de Maria Antonieta”, disse Jessica Wyndham, chefe de vendas de joias magníficas da Sotheby’s, à Reuters nesta quinta-feira.

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“O que vimos é que joias com uma proveniência nobre podem gerar uma enorme quantidade de entusiasmo”, acrescentou, citando um pingente de pérola pertencente à rainha francesa que a casa de leilões vendeu em 2018 por muitas vezes sua estimativa inicial.

Os diamantes da peça original, fabricada em 1776, foram posteriormente vendidos aos poucos no mercado negro e, portanto, é quase impossível rastreá-los. No entanto, alguns especialistas dizem que a qualidade e a idade dos diamantes apontam para uma correspondência.

O colar, que se assemelha a um lenço de pescoço, pode ser usado aberto ou com um nó na frente. Um de seus proprietários anteriores foi o marquês de Anglesey, do Reino Unido, e um membro da família o usou na coroação da rainha Elizabeth 2ª, de acordo com a Sotheby’s.

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“Acho que é uma das peças mais interessantes que temos há muito tempo, não apenas pela procedência, mas também pelo design”, disse Wyndham.