“ChatGPT x Humano” no planejamento financeiro: uma coexistência ou o fim?

As tecnologias, sem dúvida, têm sido aliadas fundamentais para diversas áreas do conhecimento humano, em especial no que diz respeito à organização dos processos, ao aumento de eficiência, segurança e rapidez das informações.

No quesito financeiro, ela também tem interferido de maneira significativa, por exemplo, por meio de aplicativos e métodos de gestão que ajudam no controle do orçamento doméstico ou empresarial.

Se você esteve circulando pelo planeta Terra nas últimas semanas, certamente ouviu sobre as novas ferramentas de inteligência artificial (AI) generativa, uma tecnologia que, apesar de não ser novidade, tem sido alvo de boas discussões, principalmente nas empresas e profissionais das mais variadas indústrias.

Dentre as novidades do campo financeiro, o ChatGPT, uma inteligência artificial que trabalha na área da linguagem natural, tem se destacado como um recurso bastante interessante para o planejamento financeiro pessoal ou empresarial.

Sua funcionalidade principal é estabelecer uma interação por meio do chat, no qual é possível dialogar com uma espécie de assistente virtual e receber informações importantes e muitas vezes acuradas para tomada de decisões financeiras, como: dados sobre investimentos, estratégias para pagamento de dívidas ou empréstimos, sugestões sobre planejamento financeiro e prevenção de perdas.

Mas a pergunta que sempre aparece e nos remete aos clássicos filmes de ficção científica é: será que chegou finalmente a hora que a mente humana será completamente substituída pela mente artificial?

Será que todos esses profissionais especializados, certificados e altamente qualificados, que hoje ajudam tanto famílias quanto empresas, ficarão obsoletos e precisarão buscar novas formas de se colocar no mercado de trabalho?

De maneira positiva, podemos afirmar que a inteligência artificial nos ajuda a otimizar tarefas repetitivas e analisar grandes quantidades de dados de forma mais rápida e eficiente do que os seres humanos, além de fornecer informações personalizadas e precisas, análises de dados financeiros e previsões, assistência financeira automatizada e educação financeira online interativa e personalizada.

Chatbots podem ser criados para ajudar as pessoas e corporações a entenderem conceitos financeiros básicos, como orçamento, economia e investimentos. Eles também podem ser personalizados para atender às necessidades financeiras específicas de cada pessoa ou empresa, também automatizando tarefas como pagamento de contas e monitoramento de orçamento.

É bastante coisa que essa tecnologia pode oferecer para as questões financeiras, certo? Mas e aí, ela vai substituir o ser humano?

Bem… calma, respira!

Embora a IA possa oferecer claras vantagens no planejamento financeiro, é muito improvável que ela substitua completamente as análises humanas.

Ainda existem (e vão continuar existindo) algumas situações em que a avaliação subjetiva da inteligência humana é fundamental e não pode ser substituída em momentos econômicos excepcionais ou imprevisíveis, como em crises financeiras globais ou uma pandemia sem precedentes históricos, como a que vivemos recentemente.

Outro exemplo são as situações que envolvem grandes decisões financeiras ou somas de dinheiro, como a compra de um bem ou investimento em um negócio, que sempre trazem questões financeiras, legais e tributárias complexas e pessoais, que a tecnologia não é capaz de levar em consideração, como preferências estratégicas e objetivos de longo prazo.

Então, por melhor e mais moderno que seja, o uso do ChatGPT não pode substituir completamente o pensamento humano nesse tipo de atuação.

Isso porque, mesmo que a tecnologia seja altamente eficiente, a análise financeira extrapola a parte operacional, exigindo uma atuação mais profunda em análise de risco, comportamento do mercado, questões fiscais, preferências pessoais, entre outras. O papel humano ainda é relevante e necessário para a tomada de decisões financeiras.

Nesse sentido, as tecnologias atuais têm se comportado de maneira complementar e não excludente.

A coexistência do ChatGPT com o pensamento humano representa uma possibilidade de ampliação do conhecimento financeiro, proporcionando possibilidades de integração no processo de tomada de decisões. Afinal, o momento atual é de total inovação, o que implica em uma abertura para novas possibilidades integrativas e de soma para melhorar o resultado.

Dentro desse contexto, é possível afirmar que o ChatGPT é um recurso bastante útil para o planejamento financeiro, ainda que não possa substituir completamente o pensamento humano.

É importante frisar que esse recurso pode ser considerado, assim como vários outros tipos de tecnologias emergentes, como um suporte para facilitar processos, organizar dados e oferecer informações básicas, no intuito de potencializar as decisões tomadas pelo indivíduo ou empresa.

Então, felizmente, por enquanto, aquele cenário de ficção no qual os robôs substituirão completamente a força da mente humana, na parte de planejamento financeiro, ficará apenas nos filmes…