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A melhor coisa do mundo

O tão desejado amor é um sentimento complexo e de várias camadas.
Por  Wilson Marchionatti
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Existe uma coisa melhor do que chocolate, dinheiro, poder, fama ou sexo. Ser amado. Nada é tão bom quanto ser amado. Faz a gente se sentir importante, especial, único.

Esse sentimento é tão bom, que o consideramos auto explicável, inconfundível, universal. Por pensar assim e crer que o “amor” é um sentimento fácil e remédio para tudo, nos metemos nas maiores encrencas que a vida pode proporcionar.

Mas podemos evitar isso reconhecendo que existem diferentes níveis de amor. O mais básico é o amor material. Ele é resultado da evolução biológica de nossa espécie, e tem como função básica fazer com que pais consigam cuidar de seus filhos. Ao contrário de algumas espécies de cobras, por exemplo, que comem os próprios ovos, os mamíferos e especialmente seres humanos tem uma propensão muito forte a amar e, por isso, cuidar dos descendentes de sua genética.

Para sentir e pôr em prática o amor, o cérebro e todo o corpo colocam em funcionamento uma série de recursos psíquicos e físicos, como hormônios que estimulam a paixão pelo filho.

Esse nível de amor está presente nos sentimentos de boa parte de mães e pais. É um sentimento que leva à proteção da prole. Mas mesmo sendo um sentimento nobre, se não for acompanhado de um nível maior de consciência, segue sendo somente um amor material. É o caso de uma mãe que protege seu filho contra a fome física, dando-lhe alimento, mas não o protege contra a fome emocional, deixando-lhe sozinho com seus medos naturais de fracasso, solidão, rejeição.

O amor material é muito fácil de ser observado em relações conjugais. Quando dois parceiros se atraem afetivamente e sexualmente, os primeiros sentimentos de amor se desenvolvem em um nível material. Eles observam a atração física e instintiva um pelo outro, observam se o parceiro tem as características que agradam em termos de prazer, segurança e constituição de família. Se essas exigências materiais, que são também biológicas, forem atendidas, o casal dá o sinal verde para que a relação evolua. Grande parte das relações fica estacionada nesse amor material.

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Mas existe um sentimento que vai além do amor material: é um amor mais profundo, que vamos chamar de amor da alma. Você deve ter recebido um amor desse tipo em algum momento da vida. Eu também recebi, por exemplo, quando ainda adolescente e em dúvida sobre onde morar, ouvi de minha mãe: “Decida o que achar melhor, filho. A mãe sabe que o que você faz, faz bem feito”. O mais fácil para ela teria sido me influenciar a ficar por perto, ou me fazer concordar com o que ela pensava. Mas ela não o fez. Ao invés disso, escolheu fazer eu me sentir livre e capaz. Ela ultrapassou o nível de amor material que busca a segurança e sobrevivência, e mesmo sabendo que me dar liberdade e autonomia poderia me levar para longe dela, optou pela minha felicidade.

Recebi esse tipo de amor também de meu pai, por exemplo, quando, num momento de dificuldade em que eu duvidava de minha capacidade, me disse: “Filho, a mim me encanta que sejas apenas como és”. E assim, também me fez sentir livre e capaz, sem pedir nada em troca.

Quantos casais dizem “Eu te amo”, mas não se esforçam minimamente em fazer o parceiro sentir-se livre e capaz? Você sabe como é.

Parceiros que detestam a personalidade do outro, mas que aguentam para manter a estabilidade e segurança.

Parceiros que impõem sua opinião sobre tudo o que pensam.

Parceiros que despejam seu mau humor diário, como se fossem flores.

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Parceiros que distribuem culpa e confusão, numa obsessão por ganhar um jogo sem fim e sem objetivo.

Parceiros que se importam com a imagem do casal, mas não com os sentimentos do outro.

Parceiros que omitem relações sexuais e afetivas com outras pessoas.

Quando isso ocorre, e o casal mantém mais cobranças, condições e inverdades do que apoio, compreensão e verdade, o que existe é um amor material. E isso vale também para a relação entre pais e filhos. Em outras palavras, trata-se de um amor condicional, voltado para a reprodução e sobrevivência, um amor de bolso. Ele tem sua função, mas não traz felicidade.

Um amor de alma está em um nível superior ao do amor material. O amor de alma não busca somente a sobrevivência e segurança, embora possa buscar esses objetivos também. O amor de alma se baseia na verdade dos sentimentos, na compreensão e na liberdade, e com isso cria e renova constantemente a felicidade do outro.

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Um amor de alma, em qualquer situação é capaz de dizer “Ei! O que está passando nessa cabecinha? Seja o que for, sei que tudo o que você faz, faz com boa intenção. E a mim, me encanta que seja apenas como você é.”

Mas cuidado, a intenção desse texto não é que você saia por aí oferecendo um amor com alto nível de espiritualidade a qualquer pessoa. O amor material também é importante, é como um filtro. Por meio do amor material você pode analisar e identificar quem tem as condições físicas e emocionais minimamente necessárias para merecer seu amor de alma. Em outras palavras, o amor de bolso é um estágio para que você desenvolva amores de alma.

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