Fechar Ads

Como investir no próximo unicórnio

É impressionante como o ambiente de investimentos está mudando e nos possibilitando investir em coisas que não tínhamos acesso há pouco tempo
Por  Gustavo Cunha -
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Foi-se o tempo em que era necessário ter uma pequena fortuna para investir em startups. Hoje, é possível participar desse mercado com muito menos. A partir de R$ 1000, você já pode se tornar sócio de um – quem sabe? – futuro unicórnio.

O investimento em startups difere muito de acordo com o grau de maturidade da startup, que pode ser de ideação, operacionalização, tração, scale up (ganho de escala).

A fase de ideação é normalmente financiada pelo que chamamos de family and friends (família e amigos). Por ser uma fase ainda de muitos testes e de uma necessidade de capital ainda pequen,a normalmente amigos e família suprem o dinheiro inicial.

Em um segundo momento, entram os anjos (investidores individuais com alguma característica) e empresas de crowdfunding, seguidos dos fundos de VC (Venture Capital = dinheiro investido em um projeto com grande risco) para as fases seguintes.

Bem, como na primeira fase o investidor acaba sendo financiado por pessoas próximas e nas fases de tração e scale up os tickets em geral já são bastante altos, vou me ater aos investimentos via anjos e crowdfunding, que focam em startups que em geral já tem algum produto testado e querem expandir seus negócios.

Investimentos via associações a anjos

Há a necessidade de você se juntar a um grupo, seja de ex-colegas da faculdade ou de empresas que fazem isso de forma profissional. Esses grupos são pontos de atração para as startups que precisam de financiamento e têm estruturas de análise e regras definidas para os investimentos. Em geral, há uma recorrência de reuniões para análise das possíveis investidas pelo grupo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A decisão de qual startup receberá o investimento é tomada pelo grupo e os investimentos, feitos individualmente de acordo com as regras do grupo. Há também a nomeação de uma pessoa que ficara responsável pela operacionalização e acompanhamento do investimento.

Para participar desses grupos, é comum haver cobranças anuais. Aqui, além do investimento em si, há um grande networking que não pode ser desprezado.

Investimentos via plataformas de equity crowdfunding

Esse investimento depende de uma plataforma (fintech) que unirá as pessoas que querem investir em uma startup que precise de investimentos. O Brasil já conta um punhado dessas plataformas, cada uma com seu modelo.

Temos a SMU, EqSeed, Cluster21, Captable só para citar algumas com as quais tenho conversado nos últimos meses e publicado essas conversas no meu canal do Youtube.

O investimento via crowdfunding em geral difere do investimento via anjo por ter valores de captação menores e mais rodadas de investimento. As plataformas fazem uma grande pré-seleção das startups.

Na EqSeed, por exemplo, o processo é tão rigoroso que somente 1% das startups chegam à fase de captação; na SMU, a plataforma acredita tanto na sua análise que os sócios investem junto em todas captações; na Captable, há um comitê de análise super qualificado; e, na Cluster21, uma parceria com universidades que ajuda o comitê na seleção.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nenhuma dessas plataformas cobra do investidor, tendo seu modelo de cobrança atrelado ao sucesso da captação e cobrado da startup. Se aqui temos essas vantagens, por ser quase tudo feito digitalmente, perde-se o networking dos anjos.

O magnífico dessas plataformas de crowdfunding é que, se você quiser começar sendo sócio de empresas menos arriscadas do que startups, você pode iniciar por um investimento imobiliário via Glebba ou investimentos em projeto alternativos (agronegócio, energia, imobiliário, etc.) via Bloxs, por exemplo.

Assim como as plataformas para investimento em startups, elas permitem aplicar nesses setores de forma diversificada e com valores bem mais baixos do que os padrões desses mercados.

Tendo eu já participado de uma associação de anjos e tido propostas para participar de outras, gosto muito do modelo delas no que se refere a networking e análise da startups por pessoas qualificadas e com diferentes históricos.

Mas, recentemente, tenho focado nas empresas de crowdfunding por conta dos custos e da maior oferta de startups.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Uma das externalidades importantes desses investimentos está em uma maior participação e compreensão que você terá do que está acontecendo no mundo hoje além de uma possibilidade de ganhar mais dinheiro do que o CDI te daria.

É importante ressaltar que o investimento em startups é um de risco. Em sua maioria, os negócios vão quebrar antes de se tornarem viáveis. A taxa de mortalidade é de 50% nos primeiros quatro anos e chega a quase 80% em 13 anos no Brasil. Portanto, aqui vão alguns pontos a serem considerados antes de investir:

  • Segundo um estudo da CB insights, a chance de uma startup se tornar um unicórnio é de 1,07%.
  • Diversificação é a chave do jogo. Diversifique. Aplique valores menores em tantas quantas startups você conseguir. Minha dica é: invista em o menos dez para ter uma ou dois que sobreviverão a essa fase inicial.
  • Estude bem cada caso e invista nos que você tenha mais conhecimento ou confiança de que eles darão certo. Dados como tamanho do mercado potencial, barreiras de entrada, regulamentações, valuation, atratividade do investidor entre outros são pontos importantíssimos.
  • A implementação é mais importante do que a ideia. Pegue informações sobre o empreendedor e seu time, converse com eles se possível, veja o que eles têm nas suas mídias sociais etc.
  • Atenção ao veículo de investimento. A forma jurídica com que esse contrato é feito é importante para te tirar alguns riscos que são importantes nessa fase inicial e que podem te trazer muitas dores de cabeça. O principal é o risco de ser envolvido em um problema trabalhista como sócio da empresa. O veículo mais comum nas fases iniciais é o mútuo conversível, onde você só se torna sócio da empresa mais para a frente, quando ela já estiver mais estruturada.
  • Esse é um investimento que precisa de tempo para maturar. Não invista valores que precisará no curto prazo.

Por fim, é impressionante como o ambiente de investimentos está mudando e nos possibilitando investir em coisas que não tínhamos acesso há pouco tempo. As Fintechs fazem parte desse cenário e são o motor dessa nova era. Bom para nós que agora podemos nos tornar sócios de futuros unicórnios. E aí, você já faz parte desse mundo? Vamos nos tornar sócios de futuros unicórnios?

Caso concorde, discorde ou tenha algo a agregar é só comentar ou me chamar nos links abaixo.

Se tiver algum outro aspecto que queira que eu trate sobre esse tema também não hesite em dizer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Obrigado @IlzeSola por me ajudar a escrever esse texto.

LinkedIn: @GustavoCunha

Site: www.Gustavocunha.net

Instagram: @GustavoCSCunha

Youtube: @GustavoCunhaVideo

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Facebook: @GustavoCunhaDolarInvestimentoInovacao

Podcast: Fintechs e novos investimentos

Gustavo Cunha Autor do livro A tokenização do Dinheiro, fundador da Fintrender.com, profissional com mais de 20 anos de atuação no mercado financeiro tradicional, tendo sido diretor do Rabobank no Brasil e mais de oito anos de atuação em inovação (majoritariamente cripto e blockchain)

Compartilhe

Mais de Gustavo Cunha