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Dólar está “estranho” e R$ 3,95 passa a ser o divisor de águas da sua tendência

Tenho percebido um comportamento diferente do dólar (spot) e resolvi aprofundar a avaliação. Meu objetivo é mostrar que a) 3.95 um importante divisor de águas e definição de fluxo. b) Mercado de juros e dólar voltaram a ter boa simetria (mais pelo juros). c) Real vem ganhando força ante o dólar, quiçá entre pares emergentes. d) Dólar abaixo dos 4,00 por um período suficiente - Será?
Por  Raphael Figueredo
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Meus senhores, tenho percebido um comportamento diferente do dólar (spot) e resolvi aprofundar a avaliação. Meu objetivo é mostrar que:

  • R$ 3,95 um importante divisor de águas e definição de fluxo
  • Mercado de juros e dólar voltaram a ter boa simetria (mais pelo juros)
  • Real vem ganhando força ante o dólar, quiçá entre pares emergentes
  • Dólar abaixo dos R$ 4,00 por um período suficiente – Será?

Não é de hoje que venho percebendo que o dólar está “estranho”. Tanto pessimismo sobre a economia e/ou política sendo falado, mas que não vem sendo refletido numa nova mudança de nível para o dólar. Por quê?

O mercado teve a chance de testar o banco central ao se aproximar dos R$ 4,20, mas logo divergiu nos topos para seguir mostrando uma correção forte ao ponto de chamar atenção.

Questões importantes:

Será que vamos ter um topo duplo? Para evidenciar tal figura vamos precisar ficar abaixo dos R$ 3,95. Em outras palavras, enquanto permanecermos abaixo dos 3.95 continuarei vendo o dólar sendo atraído para os suportes em R$ 3,85 e, finalmente, os R$ 3,74. Acho que está muito difícil precisar sobre uma reversão macro do dólar, mas as evidências técnicas em tempos mais curtos apontam para esta queda. A pequena tendência de alta iniciada em novembro do ano passado (canal de alta azul) foi comprometida e a reversão deste movimento está em andamento com os alvos nos suportes citados acima.

O fato do dólar não sair de perto da linha inferior das bandas de bollinger impõe que o movimento de tendência segue mais firme.

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Veja que a curva de juro Jan21 despencou e já configurou um topo duplo antes mesmo do dólar. Com o noticiário recente (BC não eleva juros / Gov pressiona BC para reduzir juros entre outros) fez com que as expectativas futuras dos juros se realinhassem mais rapidamente a essa nova realidade.

Linha roxa é o DI JAN 21. Veja que já formou TOPO DUPLO e agora vem para buscar o eixo nos 15.36. A conclusão que eu chego é que se perder os 15.36 junto com o dólar abaixo dos 3.95 teremos um ambiente de maior calmaria com dólar recuando nos 3.85 depois 3.74.

Meu sentimento:

  • Sem impeachment, o mercado se convence que terá que se contentar com o que tem e que portanto, não faria sentido manter níveis de juros e dólar tão elevados. Esse ajuste seria inclusive uma correção.
  • Mercado teme pela intervenção do governo sobre as decisões do BC e já se antecipam a isso. Juros mais longos recuam e dólar seguirá atraído como imã.
  • Real ainda é a moeda que mais desvalorizou nos últimos 12 meses (sem contar argentina), poderíamos ter um pouco de correção contra esse movimento.
  • 3.95 é o suporte mais importante e principal motivo por eu estar escrevendo isso para vocês. É o nosso gatilho para decisão de “trading”. Abaixo deste ponto a sinalização de venda permanece até os 3.85 e 3.74. Acima deste ponto ainda teríamos que reavaliar um possível “pullback” no canal de alta (linha azul) para ver se retomaremos os 4.20 ou não. Eu, particularmente, acho este cenário menos provável.

Tenho sérias preocupações sobre a evolução do mercado americano. Investidores já correram para zona de segurança e se posicionam para um possível sell off e isso pode manter o dólar mais pressionado, mesmo assim a relação dolar/real contra dolar/resto do mundo emergente pra mim poderá ser mais fraca. Sobre o comportamento do mercado acionário americano será assunto para um próximo texto.

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abs

Raphael Figueredo

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