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“Nunca antes na história deste país…”

Depois de 13 anos a Poupança, o "investimento" mais querido pelo povo brasileiro, deixará de dar retorno baixo para, definitivamente, dar prejuízo aos investidores.
Por  Edgar de Sá
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Ao olhar a rentabilidade de um investimento muitas pessoas erram ao não considerar a inflação, ou seja, a desvalorização do dinheiro ao longo do período que o recurso ficou aplicado. Afinal, quem poupa deixa o consumo imediato para ter mais dinheiro no futuro e assim aumentar seu poder de compra. Mas quem investe mal, sem levar em consideração a inflação, pode se surpreender quando for resgatar o dinheiro investido, ao perceber que ao invés de melhorar o poder de compra, seu dinheiro, mesmo investido, já não serve para adquirir o produto ou serviço desejado.

A inflação é a responsável pelo aumento dos preços, e deve sempre ser descontada da rentabilidade de um investimento para que possamos manter nosso poder de compra atualizado. A isso damos o nome de cálculo da rentabilidade real. Uma fórmula simples para calcular a rentabilidade real de qualquer investimento, é a seguinte:

Rentabilidade real = (1 + i) / (1 + I) – 1

Onde:
i = Taxa efetiva da aplicação (Rentabilidade)
I = Taxa de inflação do período

Enquanto escrevo este texto, a rentabilidade acumulada pela Poupança em 2015 é de 5,90%, enquanto que a inflação acumulada (IPCA) é de 7,64%. Logo, utilizando a fórmula acima, a rentabilidade real da poupança até o momento está negativa em – 1,62%. Isso significa que quem investiu na Poupança no início deste ano está perdendo seu poder de compra, está desvalorizando seu dinheiro.

A última vez que a Poupança havia dado rentabilidade real negativa foi em 2002, quando terminava o segundo mandato do governo FHC e o então candidato Lula crescia nas pesquisas e de fato vencia as eleições, e preparava o governo de transição. O descrédito do mercado sobre o governo Lula levou a um cenário de queda da bolsa de valores (aprox. – 16,69%), elevação dos juros (SELIC 24,90%), desvalorização do real (valorização de mais de 50% na cotação do dólar) e aumento da inflação. Naquele ano o principal indicador de inflação encerrou o ano em 12,53%, contra uma rentabilidade de 9,14% da Poupança. Uma rentabilidade real negativa de 3,01%.

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Passado o período de desconfiança quanto à política econômica do governo Lula, o cenário mudou e o país passou a viver anos positivos para os investimentos, principalmente os de renda variável e fundos atrelados ao CDI. No entanto, apesar da baixa rentabilidade, até mesmo a Poupança dava retorno positivo a quem investia nela suas economias. Passados 13 anos, o partido do ex-presidente Lula, a presidente Dilma, sua sucessora, e até mesmo o ex-presidente, voltam à cena e, novamente, pode se dizer, são os responsáveis pelo nível elevado de desconfiança do mercado quanto à politica econômica brasileira e ao cenário de alta dos juros, da inflação, da queda da bolsa e da desvalorização do real. E é por conta deste cenário de incertezas politicas que a Poupança, novamente, terá rentabilidade real negativa após tantos anos.

Aos investidores que investem na Poupança por achá-la segura, mas que não estão dispostos a perder poder de compra diante da rentabilidade real negativa da Poupança sugiro cogitar a possibilidade de investir em Tesouro Direto, LCI e LCA que oferecem rentabilidades superiores e segurança igual. Além destas opções, Fundos de Renda Fixa e Debêntures são boas opções a serem levadas em consideração.

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