Resultado da Cielo agrada, mas Credit corta recomendação após forte rali das ações

Para analistas, mesmo depois de mostrar um resultado acima da expectativa no terceiro trimestre, reportado nesta manhã, a empresa já não está mais com valuation tão atrativo

Paula Barra

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SÃO PAULO – É hora da Cielo (CIEL3) “respirar” após um forte rali no acumulado do ano, apontou o Credit Suisse, em relatório divulgado nesta terça-feira. Em 2013, os papéis da empresa subiram 50,77% – terceira maior alta do Ibovespa. Para o banco de investimentos, mesmo depois de mostrar um resultado acima da expectativa no terceiro trimestre, reportado nesta manhã, a empresa já não está mais com valuation tão atrativo, o que resultou no corte de recomendação, de outperform (desempenho acima da média) para neutro.

O rebaixamento veio após a Cielo reportar lucro líquido (atribuído aos acionistas) de R$ 689,2 milhões no terceiro trimestre deste ano, o que representa crescimento de 17% na comparação com o mesmo período de 2012. A receita operacional líquida totalizou R$ 1,7 bilhão, aumento de 31,6% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Ambos ficaram acima das expectativas dos analistas do Credit Suisse. 

Segundo os analistas Victor Schabbel, Marcelo Telles, Daniel Sasson e Alonso Garcia, embora o fundamento da Cielo continue forte (líder de market share no setor de cartões e sólida perspectiva de lucro), o valuation da empresa não está mais atrativo. “Mesmo assumindo um cenário brilhante para a empresa nos próximos dois anos, o potencial de valorização dos papéis é muito limitado”, disseram. Por isso, também reduziram o preço-alvo das ações, de R$ 76 para R$ 67 – o que representa potencial de desvalorização de 1,18%

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Incorporando os resultados do terceiro trimestre, eles preveem um lucro de R$ 3,2 bilhões em 2014, e R$ 3,6 bilhões em 2015. Apesar de uma estimativa ainda razoável e viável, não é mais extremamente conservador, o que faz o risco/recompensa menos atrativo nesse ponto, apontam os analistas.