Com nova regulação de COEs, Cetip vê bom potencial para investidor diversificar riscos

Diretor da Cetip, Carlos Ratto vê de forma positiva resolução da CMN sobre certificados de operações estruturadas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio ao aperfeiçoamento do mercado brasileiro, a procura por diferentes operações por investidores ganha forças no mercado. E, nesta quinta-feira (5), mais um passo foi dado para que estas operações aconteçam.

O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou resolução nesta data que disciplina a emissão de COE (Certificado de Operações Estruturadas), o que foi visto como bastante positivo pela Cetip (CTIP3). 

Mas o que são os COEs? Eles são aplicações que combinam tanto instrumentos de renda fixa e de renda variável, como destaca o diretor executivo, comercial, de produtos, marketing e comunicação da Cetip, Carlos Ratto, em entrevista exclusiva ao InfoMoney. Assim, estas operações podem combinar CDB (Crédito de Depósitos Bancários), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) ou LCAs (Letras de Crédito Agrícola) com derivativos, caso das opções. Ratto espera que as operações, após a resolução da CMN, tenham início em janeiro de 2014.

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Os certificados entrarão em vigor em janeiro de 2014, após um sistema de registro das operações ser montado e, segundo avaliação do Banco Central, terão a vantagem de ampliar os prazos das captações para acima de 12 meses. As operações envolvem aporte de recursos para investimento, como ação e aplicação nos mercados de opções e de futuros. 

Assim, destaca Ratto, o certificado de operações estruturadas significam uma boa alternativa de investimento, uma vez que procura uma maior diversificação ao risco. Ainda mais levando em conta um cenário de forte baixa do mercado acionário brasileiro – o Ibovespa acumula perdas de 14% no ano – e com as taxas de juros mais baixas proporcionando menor atratividade em investir somente em renda fixa. “Desta forma, as aplicações em COE se situam no meio do caminho e são uma boa alternativa para o investidor”, destaca o diretor da Cetip.

Segundo Ratto, a maior vantagem da resolução da CMN para a entrada em operação da COE é proporcionar maior transparência ao mercado, além de trazer maior segurança para as operações estruturadas de captação e alongamento de prazos. Com a resolução será mais fácil tanto para o investidor monitorar apenas uma operação – sendo que cada certificado trará explicita a estratégia de investimento – , e para os reguladores terem uma melhor ideia da exposição dos clientes. 

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Espaço para crescer
O diretor não fala de números, mas destaca que o produto apresenta um bom potencial e será apresentado aos clientes com uma grande perspectiva de crescimento. O produto tem bastante atratividade, avalia Ratto. 

“Os COEs cobrem muitas operações, o que é um aspecto bastante novo no mercado”, ressalta o diretor. Neste sentido, um outro aspecto positivo é a única tributação o que, segundo o diretor, representa uma consequência de haver apenas uma única operação para adquirir este investimento. Com o certificado, por ser um único ativo, há incidência de IR (Imposto de Renda) apenas uma vez; já nas outras operações, cada um dos ativos paga IR. 

Mais uma vantagem das COEs é permitir uma “calibragem” das operações, moldando o investimento frente aos mais e menos aversos ao risco. Assim, o investidor poderá realizar uma operação em que os riscos de perda de capital são menores e que não há risco de perda do principal, mas com menor potencial de ganhos, enquanto outras operações podem envolver maiores riscos, para os mais propensos a aplicar dinheiro em investimentos mais arrojadas.

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Resolução bem ampla
De acordo com o diretor da Cetip, a resolução da CMN (você pode conferir aqui) foi bastante ampla e mostrou uma preocupação bastante grande com relação aos investidores pessoas física. Apesar do foco da Cetip em proporcionar o investimento para bancos, os PFs também são um mercado bastante forte.

Vale ressaltar que, tanto no mercado europeu quanto no norte-americano, as notas estruturadas são bastante difundidas. O público alvo do COE, atualmente, são investidores institucionais e investidores de perfil pulverizado.

Ratto destaca que uma das opções de operações envolve o título de dívida de empresas, as debêntures, o que pode proporcionar uma maior liquidez neste tipo de mercado. Além disso, ele destaca que as operações não permitirão a alavancagem e, assim, o investidor não terá a possibilidade de perder mais do que o capital investido. 

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O diretor informou que, em janeiro de 2014, assim que a resolução entrar em operação, a Cetip comunicará ao mercado o registro de instrumento. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.