Cemig no governo Zema é oportunidade na bolsa?

Analistas já chamam empresa de "Zemig" após promessas de privatização de ativos  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Acaba de começar 2019 e o novo governador de Minas Gerais, Romeu Zema, já tocou em um ponto que muitos investidores da bolsa aguardam ansiosamente: a privatização de ativos da estatal de energia Cemig (CMIG4).

Em entrevista à Globonews nesta sexta-feira (4), Zema citou duas possibilidades consideradas críticas para a tese de investimento da empresa: venda de ativos, como a TAESA; e aprovação de mudanças na legislação estadual que facilitariam a privatização de estatais. Graças aos comentários, alguns analistas já apelidaram a energética em homenagem ao governador: “Zemig” é a nova Cemig.

Antes de dar como certa a iminência de uma nova era, porém, é necessário que o investidor tenha a cautela de analisar o que está em jogo.

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Em primeiro lugar, é extremamente desafiadora a intenção de privatizar a Cemig em si. A legislação estadual de MG só permite uma movimentação como essa com aprovação de 3/5 da assembleia legislativa e posterior validação em plebiscito. Ainda assim, há quem esteja confiante.

São necessários 47 votos de 77. O Bradesco BBI 49 possíveis somando membros de partidos que foram a favor da privatização da Eletrobras, do PSL e do Novo.

Quanto ao plebiscito, as contas públicas podem fazer sua parte. “O estado e seus municípios estão com as finanças tão deterioradas que a abstenção de políticos locais poderia ser um tiro pela culatra caso, por exemplo, as coisas sejam deixadas como estão e os atrasos nos salários de funcionários públicos atrase ainda mais”, opina Francisco Navarrete, analista do Bradesco BBI.

Já a venda de ativos parece mais viável. “De fato, a Cemig já possui um plano de desinvestimento de ativos, composto pelas participações minoritárias da companhia em projetos como as Usinas Hidrelétricas de Belo Monte e Santo Antônio e a Light”, lembra Gabriel Francisco, analista da XP Research.

Caso se efetive a venda da TAESA, Francisco calcula impacto positivo de R$ 0,90 por ação, além de redução de 0,4 vez da dívida líquida/Ebitda.

Já o BBI opina que esta venda sozinha não seria suficiente para suspender a necessidade de venda da estatal para o governo mineiro.

Nesta sexta-feira, após a entrevista, os papéis da Cemig caíam 0,64% às 17h52. Já o Ibovespa chegava próximo aos 92 mil pontos com alta de 0,42%. O BBI tem preço-alvo de R$ 17 e recomenda compra para a ação; enquanto a XP a avalia em R$ 13 com recomendação neutra. 

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney