CCX dispara 16% com rumores de que empresa está perto de ser vendida

Segundo fonte, a companhia é um dos bons ativos do Grupo EBX e mostra-se interessante num momento de aumento do preço do minério de ferro/aço

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações da CCX Carvão (CCXC3) dispararam no pregão desta sexta-feira (19), totalmente descolada das demais empresas “X” listadas na bolsa. Os papéis fecharam em alta de 16,25%, sendo cotadas a R$ 0,93, após atingirem valorização de 22,50% na máxima do dia, a R$ 0,98.

Por outro lado, as ações da OGX Petróleo (OGXP3, -0,0%, R$ 0,50), MMX Mineração (MMXM3, -2,16%, R$ 1,36), LLX Logística (LLXL3, +8,86%, R$ 0,86), OSX Brasil (OSXB3, -3,23%, R$ 1,20) mostraram oscilações bem mais amenas. 

Rumores de mercado apontam que a empresa estaria perto de ser vendida, disse um operador que pediu para não ser identificado. Segundo a fonte, a empresa é um dos bons ativos do Grupo EBX. “Carvão mineral é um ativo estratégico, ainda mais agora com aumento do preço do minério de ferro/aço”, comentou. Procurada pelo InfoMoney, a assessoria de imprensa da CCX disse que não iria comentar o assunto. 

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A empresa tem R$ 253,9 milhões em caixa, conforme última atualização dos resultados, em 31 de março, com reservas já provadas de 672 milhões de toneladas de recursos certificados, mas não comprovados, de 5,2 bilhões de toneladas de carvão. Isso torna a companhia interessante para ser adquirida, disse a fonte. 

Segundo o operador, pelo alto volume negociado desde ontem, “novidades devem ser anunciadas em breve”. Somente neste pregão, o papel movimentou um volume financeiro de R$ 5,281 milhões, bem acima da média diária dos últimos 21 pregões de R$ 2,139 milhões. 

Vale mencionar que no pregão anterior ao anúncio da OPA (Oferta Pública de Aquisição) da CCX, em janeiro de 2013, o papel disparou 44,91%. Movimento contrário ocorreu pregões antes do anúncio do cancelamento da oferta de ações, em 19 de junho de 2013. Nas três sessões anteriores ao comunicado, as ações da companhia despencaram 54,77%

Crise das empresas “X”
Na véspera, o empresário Eike Batista finalmente resolver falar sobre os atuais problemas que as empresas do Grupo EBX enfrentam por meio de uma carta enviada ao Valor. O empresário afirmou que, se pudesse voltar atrás, não recorreria ao mercado de ações. O artigo, na visão de muitos analistas do mercado, alimentou a especulação de potencial fechamento de capital das suas companhias.

No último ano, as empresas do grupo EBX vem passando por uma forte crise de credibilidade e que vem chamando a atenção até da imprensa internacional, com as companhias não conseguindo entregar os projetos prometidos. Com isso, as ações das empresas do grupo apresentam uma derrocada. 

O último dado – que culminou numa queda ainda mais forte das ações do grupo – foi a suspensão, pela OGX Petróleo (OGXP3), do desenvolvimento dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, por falta de viabilidade econômica. No ano, as ações da companhia registram baixa de 88,58%.