Trabalho voluntário: bom para a comunidade e para sua carreira

Empresas estão valorizando perfil de quem é voluntário, mas atividade não deve ser realizada só com este fim

Ana Paula Ribeiro

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SÃO PAULO – Cumprir compromissos assumidos, sem se interessar unicamente pelas recompensas. Vivenciar novas experiências e conhecer outras realidades. E ainda resolver problemas e melhorar a qualidade de vida da comunidade ou de quem necessita. Essas e outras características inerentes ao trabalho voluntário fazem com que os profissionais que se dedicam a ele se tornem cada vez mais valorizados pelas empresas.

Embora a tendência ainda não esteja totalmente consolidada, algumas empresas, em especial as que se preocupam com ações de responsabilidade social, já começam a requisitar candidatos com o perfil de voluntário. Isso ocorre porque, ao realizar um trabalho social, a pessoa demonstra capacidade de servir bem ao próximo, qualidade que se encaixa perfeitamente na atual demanda por melhora de serviços prestados aos clientes.

Além disso, a pessoa mostra comportamento proativo: é capaz de perceber os problemas em sua comunidade, mas não fica de braços cruzados. Sugere mudanças e trabalha para que elas se concretizem, o que também mostra uma visão abrangente das situações.

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Generosidade e mais conhecimentos

Outro ponto que pode ser valorizado é o caráter enobrecedor do voluntariado. Quem é capaz de dedicar parte do seu (às vezes, escasso) tempo livre para fazer o bem a outras pessoas revela que é generoso. E, nos momentos mais difíceis, pode ajudar os colegas de trabalho que necessitam de seu apoio.

O trabalho voluntário pode se tornar até um importante fator de motivação, já que funcionários que se sentem úteis podem melhorar sua auto-estima, o que reflete no trabalho que realizam profissionalmente.

As atividades sociais também mostram que a pessoa tem facilidade para ampliar seus horizontes e suas redes de relacionamento, pois irá entrar em contato, na maioria das vezes, com uma realidade diferente da sua.

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Outro benefício, que dessa vez se reverte para o próprio voluntário, é a ampliação das habilidades e conhecimentos, uma vez que a pessoa não precisa se dedicar a atividade na qual é “especialista”. Um executivo de finanças, por exemplo, pode ser até um contador de histórias para crianças com problemas de visão.

Sem interesses

Apesar dessa valorização, quem não realiza um trabalho voluntário não deve começar a fazê-lo, do dia para a noite, somente para impressionar os chefes ou para acrescentar um diferencial no currículo. Mesmo porque essas atitudes são incompatíveis com o objetivo do voluntariado, que deve ser guiado pelo prazer de se doar a uma causa justa.

Nesse sentido, o trabalho voluntário só deve ser mencionado no currículo caso agregue valor ao perfil profissional – não porque está na moda ou virou tema de discussão. Além disso, dependendo dos valores e da cultura da empresa, esse dado não chama a atenção.

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Informações

Para aqueles que desejam se tornar voluntários, mas não sabem por onde começar, o Portal do Voluntário (www.portaldovoluntario.org.br) oferece algumas dicas interessantes. Entre elas, está uma listagem com os locais onde a pessoa pode agir: igrejas, comunidades populares, grupos de auto-ajuda, clubes de serviços, instituições que trabalham com a terceira idade, associações de jovens e outras.

É também recomendável verificar informações como de que forma são direcionados os recursos da instituição, associação, ONG etc. e o público que é beneficiado, já que, até nesse meio, pode ocorrer falta de idoneidade.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney