Trabalhadores formais sofrem mais exigências

Segundo o Ipea, 62,6% dos subordinados formais precisam se comunicar bem e ainda realizar tarefas rapidamente para se manter no trabalho

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – A intensidade do trabalho e o tempo livre da população economicamente ativa do País são mais rigorosos para os trabalhadores formais. Ao menos é isso o que aponta relatório do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta quarta-feira (7).

De acordo com a pesquisa “Percepção dos trabalhadores sobre intensidade e exigências no ambiente de trabalho”, do Sips (Sistema de Percepção Social), 62,6% dos subordinados formais precisam se comunicar bem e ainda realizar tarefas rapidamente para se manter no trabalho (49,8%).

Esforço esse que não é necessário para quem é autônomo, não é mesmo? “O que era de se esperar pela natureza do trabalho autônomo”, informa o estudo.

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De acordo com o levantamento, os profissionais desta categoria não trabalham na mesma velocidade (33,1%), mas precisam se comunicar muito bem (57,9%).

Mais rigidez
Contudo, ter regras mais rígidas ainda é mérito dos profissionais subordinados formais. Na questão do horário de trabalho, por exemplo, 83,3% deles devem manter uma permanência fixa na empresa, enquanto entre os autônomos essa exigência não é necessária, sendo de 74,8%, mas em jornada flexível.

Em outros aspectos também, esse rigor também pode ser observado, como é o caso do tempo disponível entre o trabalho e o não trabalho. Segundo o estudo, os trabalhadores formais possuem menos tempo que os informais para satisfazer necessidades pessoais ao longo do dia.

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Para se ter uma ideia, eles declararam não dispor de tempo para sair e resolver problemas pessoais (60,3%), conversar sobre assuntos gerais com colegas (78%) ou descansar após alguma atividade (59,6%) – situação um pouco diferente para os profissionais autônomos, cujas respostas para estes itens atingiram, respectivamente, 42,4%, 83,1% e 69,6%.

Capacitação em foco
O estudo do Ipea abordou ainda a percepção dos colaboradores quanto às exigências das empresas no quesito capacitação profissional.

De acordo com o material levantado, 34,9% dos entrevistados afirmaram haver um baixo grau de exigência nesta categoria, enquanto 18,6% consideram tal exigência como média e 46,8% como alta.

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“Os subordinados formais e informais apresentaram índices parecidos e abaixo da média quanto à exigência da capacidade de trabalho em grupo, o que leva a crer em uma organização atomizada e pouco coletiva do trabalho autônomo e informal no Brasil”, informou o estudo.

Por setores
Entre os setores, os trabalhos de administração pública e da indústria, consequentemente, aqueles com maior grau de formalização de seus vínculos de trabalho, foram os que tiveram o maior percentual de respostas afirmativas quanto à alta exigência de trabalho em grupo: 60,3% e 57,7%, respectivamente

A pesquisa
O Sips ouviu 3.709 pessoas entre trabalhadores autônomos e subordinados com vínculo formal e também informal. Destes, 52,4% eram homens e 47,6%, mulheres.