Sexo frágil: carreira militar atrai mulheres

Participação das mulheres foi permitida a partir de 1992; Embora uma minoria, elas já estão em frentes de vigília e proteção

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – No mês em que se comemora as carreiras de policial civil e militar, vale destacar uma tendência: as mulheres buscam cada vez mais as profissões militares que, no passado, eram limitadas aos homens. Embora uma minoria, elas já estão em frentes de vigília e proteção.

Num universo de 180 mil militares ativos, elas são 4.660 (2,55%), sendo que 3.603 estão no quadro temporário e 1.057 na carreira. No ano passado, 25 chegaram à patente de major.

O ingresso das mulheres foi permitido a partir de 1992, por meio de apresentação voluntária. Para chegar às patentes mais altas, no entanto, é preciso passar por concurso público nacional e frequentar escola de formação. Ainda existe a possibilidade de fazer estágio de adaptação de 45 dias, com contrato de trabalho que dura até sete anos.

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Trabalho duro

Apesar de ser um serviço pesado, as mulheres não são poupadas. “Participamos de todas as atividades, inclusive das marchas pela selva. Lógico que cada um tem sua função e eu nunca fui cobrada a fazer nada que não coubesse às minhas atribuições”, disse a tenente Glenda Farias Acácio à Agência Brasil.

Hoje, no 34º Batalhão da Infantaria de Selva, em Macapá (AP), ela ingressou na carreira militar em 2004, por meio de um convênio da Força com a universidade em que estudava. O primeiro contato com os militares aconteceu quando estagiou no setor de Odontologia do Hospital Geral de Belém (PA), administrado pelo Exército.

Ela foi submetida a uma seleção de candidatos, à análise de currículo e ao teste de aptidão física. “Eu não imaginava que iria seguir carreira, embora já tivesse vontade”.

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Respeito

Glenda ainda disse que sempre foi respeitada pelos colegas do sexo oposto. “Não tive nenhum problema. No início, ficam todos querendo saber como agir, mas, com o tempo, tanto eu fui me adaptando como os homens também se adaptaram”.

Formada em Relações Públicas, mas atraída à carreira militar, Sofia Meirose Sales também afirma que o preconceito não faz parte da rotina.

“Acredito que a primeira turma de mulheres tenha enfrentado um pouco mais de resistência. No meu caso, não há nenhuma dificuldade. Assumimos uma postura como militar – que tanto pode ser homem como mulher – e desenvolvemos nossas funções”.