Servidores do Banco Central anunciam greve e prometem “asfixia operacional”

Sindicato afirma que proposta de reajuste nos salários de 13% é insatisfatória pois não contempla as principais reivindicações dos trabalhadores

Equipe InfoMoney

Protesto de funcionários do BC no Encontro Anual Drex em 2023 (Reprodução)

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Servidores do Banco Central do Brasil anunciaram nesta terça-feira (20) o início de uma greve com duração de 48 horas, em resposta à contraproposta apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI) em meio às reivindicações da categoria por melhores condições salariais e progressão de carreira.

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) diz que a oferta do MGI de reajuste nos salários de 13% parcelados entre 2025 e 2026, foi considerada insatisfatória, pois não contempla as principais reivindicações dos trabalhadores, como a obrigatoriedade de nível superior para o cargo de Técnico, a alteração da nomenclatura do cargo de Analista para Auditor e a instituição de uma Retribuição por Produtividade Institucional.

Os servidores alegam que a paralisação é uma ferramenta para provocar uma asfixia operacional e burocrática no BC. Confirmaram participação no movimento 60 adjuntos e consultores, e chefes de departamento emitiram uma carta de cobrança direcionada à Diretoria Colegiada (DC) da autarquia.

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A insatisfação que embasou a decisão pela paralisação é comprovada por uma onda de entrega de cargos de comissão, que já conta com mais de 500 renúncias, diz Fábio Faiad Presidente Nacional do Sinal. “A greve tem potencial para provocar um impacto significativo no funcionamento do Banco Central, ameaçando levar a um esvaziamento de seu comando operacional, incluindo gerências e diretorias”.

Uma nova reunião entre o sindicato da categoria e o MGI está agendada para amanhã (21). Caso as partes não avancem nas negociações, o Sinal afirma que esse é um indicativo para a deflagração de uma greve por tempo indeterminado

Briga se arrasta

O movimento dos servidores do BC por melhores condições de trabalho e salários mais competitivos, que acontece desde o ano passado, vem afetando sistematicamente a divulgação de diversos indicadores do banco, como as notas econômico-financeiras e a taxa de câmbio Ptax, além do Focus e do fluxo cambial.

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Os servidores já estão em operação-padrão desde julho de 2023, o que tem provocado atrasos na divulgação de indicadores econômicos.

Em dezembro do ano passador, trabalhadores do BC protestaram durante o Encontro Anual Drex 2023 em Brasília, onde fica a sede do órgão. Eles levaram cartazes onde se liam as hashtags “valorização” e “Drexit”.

Em janeiro de 2024, a categoria já havia realizado uma paralisação de 24 horas, alegando que o movimento era necessário porque o governo teria atendido a demandas de outros órgãos como Receita Federal e Polícia Federal, deixando de lado o BC.

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O Banco Central não se manifestou sobre o ato desta semana.

(Com informações da Reuters)