Semana de 4 dias de trabalho será testada no Brasil a partir de novembro; veja como vai funcionar

Empresas interessadas poderão se inscrever na iniciativa a partir de junho

Giovanna Sutto

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Depois de ser aprovado no Reino Unido, a jornada de trabalho de quatro dias por semana será testada em empresas no Brasil. Pelo calendário, o experimento começará a partir de novembro deste ano e terá duração de seis meses — até abril de 2024.

O “4-Day Week Global” (quatro dias por semana), realizado em parceria com a Reconnect Hapiness at Work, testa ao redor do mundo a modalidade de jornada em que o profissional recebe 100% do salário trabalhando 80% do tempo em troca de um compromisso de manter 100% de produtividade (modelo que ficou conhecido como 100-80-100).

A ideia de redução de jornada é também uma busca por mais bem-estar entre o corpo de colaboradores de uma companhia. Entre junho e julho vão acontecer as chamadas “sessões de informações” no Brasil.

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“Serão 5 sessões abertas e gratuitas. Vamos receber as empresas interessadas em participar do piloto para tirar dúvidas e explicar como o projeto funciona, alinhar as expectativas e os valores de investimentos”, explica Gabriela Brasil, líder de comunidade da 4-Day Week Global ao InfoMoney.

Os valores que precisarão ser desembolsados pelas empresas serão revelados em breve pela organização no site do projeto. Enquanto as sessões estiverem acontecendo, a partir de junho, as inscrições estarão abertas para as companhias interessadas.

“Iniciamos, na quarta-feira (10), a captação das empresas que querem saber mais sobre o piloto. É um processo inicial feito a partir da inscrição no site. O que já estamos fazendo: recebemos empresas do Brasil que já operam nesse formato mais flexível de quatro dias e estamos convidando todas elas a estarem com a gente nesse projeto-piloto representando os pioneiros desse movimento por aqui e que vão ajudar a aconselhar outras empresas”, afirma a executiva.

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Ela citou duas companhias que já rodam nesse modelo e que serão as conselheiras da iniciativa em solo brasileiro: a Vockan, do ramo de tecnologia com sede em São Paulo; e a Efí, antiga Gerencianet, companhia de recebimentos para pessoas físicas e jurídicas, de Minas Gerais.

A partir de agosto começa uma segunda fase, a de planejamento do projeto-piloto, e vai até outubro. “Nessa etapa a gente auxilia as empresas na preparação da implementação do projeto”, diz Brasil. Só em novembro é que os testes começarão na prática entre as empresas participantes.

Pré-requisitos

Não há pré-requisitos para a empresa se inscrever, como porte e faturamento.

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Segundo Brasil, a organização busca saber qual é o modelo de trabalho da companhia interessada, se é híbrito ou 100% remoto, e o setor de atuação.

“Queremos atingir uma ampla variedade de empresas, inclusive fora do eixo Rio-SP e o principal requisito é o interesse em participar. Na inscrição vamos observar isso e o que a empresa deseja alcançar a partir dos testes”, conta.

Em termos de volume de empresas participantes, a expectativa é de entre 30 e 4o participantes no Brasil.

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Como efeito comparativo, no Reino Unido, onde 92% das participantes decidiram manter o modelo mais curto de trabalho, 61 empresas fizeram os testes. Na África do Sul e Canadá, cerca de 30 empresas. Já nos EUA foram cerca de 40 companhias participantes do projeto.

Durante o período de testes serão realizados estudos sob o comando da Boston College, que acompanhará a evolução do projeto. “Nossos pilotos duram cerca de 6 meses. Teremos dados sobre a experiência brasileira em abril de 2024”, explicou a executiva.

Pelo mundo

O projeto “The 4-DayWeek Global” tem sido testado em vários países: já são 91 empresas e cerca de 3.500 trabalhadores de 6 países (Austrália, Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Nova Zelândia, além do Reino Unido).

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O “The 4-Day Week Global” conta com o auxílio de pesquisadores da Universidade de Cambridge, da Universidade de Oxford e do Boston College.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.