Segurança: aumento da Selic não afeta criação de empregos

De acordo com ministro do Trabalho e Emprego, alta na Selic não tem impacto direto na criação de empregos no país

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Com a finalidade de conter uma possível inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária) resolveu aumentar a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual, em reunião realizada na quarta-feira (16). A medida, por sua vez, não deve afetar a geração de empregos no país, que bate recorde a cada mês.

Para se ter uma idéia, de acordo com dados divulgados na quinta-feira (17) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no mês de março, foram criadas mais de 206 mil novas vagas no mercado de trabalho brasileiro. Este foi o melhor resultado já registrado para o mês em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 1992.

Em março, foi registrado um crescimento de 0,70% no número de contratos formais de trabalho, em relação a fevereiro deste ano. No comparativo com o mesmo mês de 2007, o aumento foi de 41%.

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Empregos

De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o aumento dos juros não tem impacto direto na geração de empregos no país. “É processo que demora a repercutir na sociedade”, afirmou, segundo a Agência Brasil.

Ainda de acordo com ele, os juros altos são ruins, especialmente, para o comércio externo e devem ter impacto nas exportações, no longo prazo. “Espero que os juros ou estabilizem ou caiam, para que o Brasil possa crescer com estabilidade”, disse.

O ministro ainda declarou que o aumento da taxa Selic foi “um erro” e “precipitado”. “Não é bom para o país, não é bom para a economia, não é bom para o cidadão”. Ainda assim, Lupi manteve a previsão de que o número de empregos com carteira assinada gerados no país passe de 1,8 milhão este ano.

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Taxa de juros

Se o emprego do profissional brasileiro não corre risco, o seu poder de compra é diretamente afetado pela decisão do Copom. Conforme estudo elaborado pela consultoria econômica Uptrend,
o País se mantém no primeiro lugar na lista de nações com maior taxa real de juro – taxa básica de juros descontada a inflação – do mundo, ficando à frente da Turquia, que já ocupou a primeira posição.

Levando em consideração a inflação projetada para os próximos 12 meses, o Brasil fica com 7,1% de juros ao ano, enquanto o segundo lugar apresenta 5,6% anuais. Em terceiro lugar vem a Austrália, com 4,6%.

Segundo pesquisa de Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), o encarecimento do dinheiro ao consumidor chegará a poucos centavos por mês.