Saiba quais cuidados ter no trabalho durante os dias de baixa umidade

Os profissionais podem sofrer com garganta seca, voz rouca, inclusive com possibilidade de inflamação da faringe

Karla Santana Mamona

Publicidade

SÃO PAULO – Nos últimos dias, a cidade de São Paulo registrou índices baixos de umidade de ar, o que provoca um aumento nos níveis de dióxido de enxofre e material particulado no ar. Isso propicia o surgimento ou o agravamento de doenças respiratórias, cardiovasculares e oculares.

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, problemas como dores de cabeça, irritação nos olhos, nariz, garganta ou na pele podem aparecer. Além disso, a situação pode aumentar os riscos de transmissão de doenças respiratórias e de desidratação.

Os profissionais ainda podem sofrer com a garganta seca, voz rouca e, inclusive, com a possibilidade de inflamação da faringe. Eles podem ter rompimento de vasos do nariz, provocando sangramento. Os profissionais ainda têm maior facilidade de contrair conjuntivite viral, alérgica e síndrome do olho seco.

Continua depois da publicidade

O aumento de poluentes também causa aumento da pressão arterial, arritmia cardíaca e, por isso, infartos são mais suscetíveis, principalmente em quem já tem problemas cardiovasculares.

Como se proteger
O clínico geral do Hospital Samaritano de São Paulo, Silvio Luiz Cardenuto, afirma que a principal maneira de evitar problemas causados pela baixa umidade do ar é ingerir muito líquido durante o dia. Uma dica é deixar uma garrafa de água na mesa para não ter de levantar muitas vezes.

“O indicado é que a pessoa beba entre 2,5 litros a 3 litros de líquido durante o dia. Assim, evitará a desidratação”, alerta o especialista.

Continua depois da publicidade

Além disso, os profissionais podem utilizar, durante três vezes por dia, soro fisiológico nas narinas e nos olhos.

Cardenuto afirma ainda que o ambiente de trabalho tem um agravante durante o período de tempo seco: o ar condicionado. “Ele diminui mais ainda a umidade do ar, por isso, se for possível, é melhor optar pelo uso de ventiladores”, aconselha.

Síndrome do olho seco
Sobre o ar condicionado, a APOS (Associação dos Portadores de Olho Seco) afirma que lugares fechados com aparelhos podem aumentar a evaporação dos líquidos dos olhos e causar a Síndrome do Olho Seco. A doença também é agravada pelo tempo seco.

Continua depois da publicidade

A entidade explica que a síndrome é uma doença crônica, caracterizada pela diminuição da produção da lágrima ou deficiência em alguns de seus componentes, ou seja, pouca quantidade e/ou má qualidade da lágrima.

Os sintomas são de ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente do computador e olhos embaçados ao final do dia.

No Brasil, estima-se que cerca de 18 milhões de pessoas sofrem com essa doença, que é a segunda maior causa de atendimento nos consultórios oftalmológicos, depois de refração, e quando não diagnosticada e corretamente tratada, pode evoluir para lesão da superfície ocular e, em alguns casos, até a perda da visão.

Continua depois da publicidade

Como maneira de prevenção, a APOS indica manter os lugares ventilados e arejados, além de evitar acúmulo de objetos que causam alergia como tapetes e carpetes.