Reajuste elevado do mínimo dificultará queda acelerada da Selic, diz Credit Suisse

Banco de investimento diz que cada 1% de aumento do mínimo eleva em R$ 1,4 bi despesas do governo, o que acelera a inflação

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Um reajuste elevado do salário mínimo vai dificultar a redução mais acelerada dos juros no Brasil, tendo em vista a pressão do aumento sobre a inflação, afirmou o Credit Suisse em boletim divulgado na sexta-feira (5).

A regra de reajuste adotada para o salário mínimo nos últimos anos elevaria seu valor dos atuais R$ 510 para R$ 540, em convergência com o proposto no Projeto de Lei do Orçamento. Porém, declarações da presidente eleita Dilma Rousseff, de ministros e parlamentares mostram a possibilidade de um reajuste para R$ 560 ou R$ 570.

O problema é que, de acordo com o Credit Suisse, cada 1% de aumento do salário mínimo eleva as despesas do governo em R$ 1,4 bilhão, dinheiro injetado na economia que ajudaria no avanço da inflação.

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A inflação
Para se ter uma ideia, caso o mínimo vá para R$ 565 em 2011, a projeção do Credit Suisse para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no próximo ano passaria de 4,5% para 5%, sendo de 0,2 ponto percentual o impacto direto.

Esse aumento se daria sobre o grupo serviços, que abriga os itens empregados domésticos e tarifas de condomínios, que são bastante vinculados ao salário mínimo e representam um quarto deste grupo.

A elevação do salário mínimo de R$ 510 para R$ 565, por exemplo, representaria um aumento de 6,2% em termos reais (deflacionando com base no IPCA), reajuste acima do crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto), de 4% na média entre 2003 e 2010.

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“Poderia influenciar negativamente os cenários para os próximos anos, prejudicando uma redução de juros mais acelerada”, diz o banco de investimento.