Número de trabalhadores sindicalizados cresceu 27% na última década

Dados fazem parte da Pesquisa Sindical realizada pelo IBGE que analisou crescimento dos sindicatos entre 1991 e 2001

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Muito mudou no mercado de trabalho brasileiro nesta última década, já que a abertura da economia forçou uma revisão dos padrões de eficiência das empresas nacionais. Se por um lado as empresas tornaram-se mais exigentes com relação a qualidade da sua mão de obra, por outro os trabalhadores se tornaram mais conscientes da importância de se organizar.

Número de sindicatos aumentou

Esta tendência fica evidente nos dados da Pesquisa Sindical elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que apontam um crescimento de 49,16% no número de sindicatos de trabalhadores no país, no período entre 1991 e 2001. Por sua vez o número de trabalhadores sindicalizados aumentou cerca de 27,3% crescendo de 15,4 milhões em 1991 para 19,6 milhões no final do ano passado.

Mas não foram só os trabalhadores que buscaram nos sindicatos uma forma de organização, o número de sindicatos patronais também aumentou na década. De acordo com o IBGE, entre 1991 e 2001 o número de sindicatos patronais aumentou em 28,7%. De forma que se somarmos os sindicatos de trabalhadores e os patronais houve um aumento de 43% na década, com o total de sindicatos subindo de 11.193 para 15.963.

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Autônomos cresceram mais

O maior crescimento nestes últimos dez anos foi registrado no número de sindicatos de autônomos, que cresceu 307%. Em contrapartida, a participação dos sindicatos rurais diminuiu caindo de 40% do total de sindicatos em 1991 para 36% em 2001.

Estas duas tendências confirmam as mudanças ocorridas no mercado de trabalho, em que o emprego formal em grandes empresas acabou perdendo espaço na economia, ao mesmo tempo em que aumentou a terceirização e o número de autônomos.

Apesar do aumento do número de sindicatos de trabalhadores, em relação à População Economicamente Ativa, que inclui todas as pessoas com mais de 15 anos que estão trabalhando ou a procura de um emprego, houve uma queda de 5,2%. Em sentido contrário, o número de trabalhadores sindicalizados na população ocupada, inclui pessoas com mais de 15 anos que estão trabalhando, aumentou em 0,8%.

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Ao analisarmos estas duas estatísticas pode se verificar que quando o trabalhador perde o emprego ele acaba se desvinculando aos sindicatos, mas quando está empregado tende a buscar a proteção dos sindicatos.

Crescimento maior nos centros urbanos

Dos sindicatos existentes no país em 2001, a grande maioria, cerca de 62%, não está filiada a qualquer central sindical. Dos 38% restantes que estão filiados a uma das grandes centrais sindicais, a maior parte esta ligada a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que conta com 66% dos filiados, muito atrás vem a Força Sindical, com 19%.

Apenas 1% dos sindicatos estabelecidos no país representa a nível nacional esta categoria, a grande maioria dos sindicatos (53%) tem representatividade apenas municipal. Desta forma não é de se surpreender que o crescimento dos sindicatos dos trabalhadores nos centros urbanos tenha sido mais elevado, de cerca 59%, frente aos 49,16% registrados se considerarmos também os centros não urbanos. Ainda mais impressionante é a diferença na taxa de crescimento dos sindicatos patronais, que a nível nacional cresceram 28,7%, mas nos centros urbanos registraram crescimento semelhante ao dos sindicatos de trabalhadores, de 58%.

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Vale lembrar que os dados acima fazem parte das informações preliminares divulgadas pelo IBGE, sendo que o resultado final da Pesquisa Sindical só será publicado no próximo mês de novembro.