De Eike a Madoff: 10 bilionários que quebraram

Grandes empresários, em algum ponto de suas carreiras, já declaram falência de alguma de suas companhias, enquanto outros realmente perderam tudo, quebraram e nunca mais conseguiram se reerguer

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – Ficar bilionário não é nada fácil e exige uma trajetória de sábias escolhas e decisões de negócios precisas. Mas e se algum investimento dá errado? E se alguma decisão precipitada estraga seu negócio? Inúmeros fatores podem ser decisivos para que tudo que construído vire ruína em pouco tempo.

Fraudes financeiras, más escolhas, investimentos errados e crises econômicas são alguns dos principais pontos que podem destruir patrimônios inteiros. Embora alguns nomes tenham tido êxito em driblar essas variáveis e reconstruir seu sucesso, outros simplesmente não conseguiram mais se levantar e precisaram declarar: estou quebrado.

Confira a seguir uma lista com 10 bilionários ao redor do mundo que faliram totalmente:

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1. Patricia Kluge

Patricia, uma antiga modelo americana, casou com John W. Kluge em 1981, quando ele era o homem mais rico dos Estados Unidos e tinha uma fortuna estimada em US$ 8 bilhões.

Após nove anos de matrimônio, Patricia se separou e conseguiu uma pensão de US$ 1 milhão por ano, além de uma enorme propriedade em Albemarle, Carolina do Norte. Ela investiu toda a quantia que conseguiu do acordo do divórcio em seu negócio próprio. Decidiu transformar a propriedade em uma vinícola e fundou a Kluge Estate Winery and Vineyard com seu terceiro marido, William “Bill” Moses. 

Mas, após péssimos investimentos e com os efeitos da crise de 2008 no mercado imobiliário americano, Kluge perdeu tudo. A socialite ainda tentou, com um leilão, arrecadar fundos para se salvar, leiloando todas as suas joias e peças de arte, mas foi em vão.

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Patricia Kluge declarou falência em junho de 2011.

2. Vijay Mallya

O bilionário indiano do setor de bebidas, presidente do conselho de administração da United Beverages Group, era conhecido pelas suas extravagantes festas e seu estilo de vida de alto luxo. Além disso, ele era dono da companhia aérea indiana Kingfisher Airlines. No começo de 2012 descobriu-se que Mallya acumulou inúmeras dívidas com bancos para manter sua companhia funcionando.

Após atrasos nos pagamentos, os bancos credores procuraram Mallya para quitar a divida. Usando um passaporte diplomático, Mallya fugiu para o Reino Unido enquanto o governo da Índia e os bancos tentam sua extradição para que ele possa ser julgado no país de origem.

Na Índia, o bilionário responde por lavagem de dinheiro e fraude bancaria, as multas ultrapassam os 90 bilhões de Rupias (cerca de US$ 1,3 bilhão).

3. Sean Quinn

Quinn já foi o homem mais rico da Irlanda antes de perder tudo. O bilionário teve muito sucesso investindo em setores industriais e detinha 25% do Anglo Irish Bank. Após a crise de 2008, quebrado, o banco foi estatizado pelo governo irlandês. E foi nesse cenário que Sean Quinn perdeu sua fortuna de US$ 2,8 bilhões.

O Irish Bank Resolution Corpartion, novo Anglo Irish Bank, alega que Quinn e sua família devam mais de 2 bilhões de euros à instituição.

Em 2011, Quinn foi a julgamento por tentar esconder patrimônio do banco para evitar pagar as dividas. Como resposta, o ex-bilionário afirmou que em seu nome havia apenas 50 mil libras e declarou falência para o governo da Irlanda.

4. Jocelyn Wildenstein

A ex-socialite, também conhecida por “Catwoman” devido às inúmeras cirurgias plasticas em sua face, declarou falência quando foi descoberto que sua conta no Citibank registrava um balanço de “US$ 0”.

A nova-iorquina de 77 anos ainda afirmou que os US$ 900 que ganha de auxílio do governo é sua unica fonte de renda.

“Eu não estou empregada e minha única renda é da Social Security Income [auxilio governamental]. Eu também peço aos amigos e familiares uma ajuda quando preciso mais”, afirmou a ex-socialite.

Durante seu casamento com Alec Wildenstein, que durou 21 anos, Jocelyn era conhecida entre as celebridades pelos seus gastos extravagantes. Em entrevista à Vanity Fair em 2006, afirmou gastar em torno de US$ 1 milhão por mês em roupas e possuir uma conta de telefone de mais de US$ 5 mil.

5. Bernard “Bernie” Madoff

O veterano do mercado financeiro passou impune do radar da Receita Federal americana por anos, até que, em dezembro de 2008, isso mudou. Bernie ficou conhecido por ser o líder do maior Esquema de Pirâmide da história dos Estados Unidos. Antes do escândalo, ele e mulher possuíam uma fortuna de aproximadamente US$ 1,6 bilhões.

O esquema começou a ruir quando investidores exigiram cerca de US$ 7 bilhões, de Bernie, que tinha apenas U$ 200 milhões para devolver. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou Bernie por fraude, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e estelionato.

Em 2009, o ex-bilionário foi condenado e recebeu uma pena de 150 anos em uma prisão federal. Segundo especialistas, no auge do esquema ilegal, Bernie chegou a movimentar mais de US$ 20 bilhões.

6. Elizabeth Holmes

Elizabeth Holmes já foi uma das grandes promessas do Vale do Silício. Sua startup que prometia revolucionar os testes de sangue, a Theranos, ganhou muita atenção no começo dos anos 2010 e atraiu muitos investidores.

A proposta da startup era de simplificar o processo de coleta e realização de exames, bastando para isso algumas poucas gotas do paciente e não mais os seis frascos tradicionais.

A Theranos recebeu ao longo dos anos cerca de US$ 800 milhões de fundos de investimentos para bancar o projeto principal da startup: a Edison, uma máquina de diagnósticos própria da companhia. A startup foi avaliada em US$ 9 bilhões em 2014. E por deter 50% das ações da empresa, Elizabeth Holmes se tornou mais uma jovem bilionária, fazendo uma fortuna de US$ 4,5 bilhões.

A história começou a ruir quando um ex-funcionário revelou ao The Wall Street Journal que, na verdade, o Edison fazia apenas 15 tipos de testes, não mais de 200, como prometido pela Theranos. Além disso, o equipamento precisava de pelo menos três frascos de sangue para realizar os exames e não de apenas algumas gotas.

A Theranos também foi acusada de não revelar que fazia seus exames com equipamentos convencionais fabricados por outras empresas. Tudo isso levantou questionamentos sobre a precisão de determinados exames, algo imperdoável para uma companhia que afirmava ter realizado até então mais de 3,5 milhões de testes.

Como consequência do escândalo, o valor de mercado da startup despencou mais de US$ 8 bilhões e ações judiciais e denúncias contra a companhia e sua CEO surgiram aos montes.

A Theranos fechou as portas em setembro de 2018 e Elizabeth foi proibida de dirigir empresas com capital aberto por 10 anos. Ela terá que pagar mais de US$ 16 milhões em multas e aguarda julgamento por fraude. Se condenada, a ex-bilionária pode passar mais de 20 anos na cadeia.

7. Björgólfur Gudmundsson

Em uma semana, em meados de outubro de 2008, Björgólfur Gudmundsson, segundo homem mais rico da Islândia, era o maior acionista do Icelandic bank Landsbanki e dono do clube de futebol inglês West Ham. Passadas algumas semanas, pós crise de 2008, o ex-bilionário havia declarado falência para o governo islandês.

Sua fortuna foi de US$ 1,2 bilhões para 0 em pouco menos de um mês, então Björgólfur Gudmundsson teve que declarar que estava quebrado.

8. Eike Batista

Conhecido dos brasileiros, Eike foi por anos o homem mais rico do país e chegou a ser o 8º mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões.

O bilionário, que começou no ramo de extração de ouro, apostou em uma completa rede de empresas de extração mineral, energia, logística e distribuição, o que faria suas proprias companhias ajudarem a manter as demais. Era criado o Grupo EBX.

Para concretizar a ideia do Império X, no entanto, o empresário precisava de capital novo. O caminho encontrado foi a abertura de suas empresas na bolsa de valores, por meio de IPO’s, realizados entre 2006 e 2010.

O ponto alto veio com o início da negociação dos papéis da OGX, empresa de extração de petróleo e gás. Foi um dos maiores IPO da história da Bovespa. Até pouco tempo, a OGX era considerada a principal empresa do conglomerado.

Porém, sem conseguir entregar os resultados prometidos aos investidores, as empresas do Grupo EBX começaram a se desmanchar uma a uma.

Apenas no primeiro trimestre de 2013, as seis companhias de capital aberto do empresário (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX) registraram um prejuízo total de R$ 1,154 bilhões.

A OGX e a OSX chegaram a entrar com um pedido de recuperação judicial, com dívidas avaliadas em mais de R$ 16 bilhões, mas não houve jeito. O grupo declarou falência no fim aquele mesmo ano e os problemas do empresário ainda não haviam acabado.

Em 2015 Eike foi chamado para depor na CPI do BNDES para prestar esclarecimento sobre os R$ 10 bilhões em financiamentos obtidos junto ao banco federal de desenvolvimento pelo Grupo EBX. O ex-bilionário negou que houveram procedimentos ilegais na aquisição do empréstimo.

E em 2017 virou réu em um processo de lavagem de dinheiro e corrupção ativa da Operação Lava a Jato, acusado de pagar US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral. Em julho do ano seguinte, Eike foi condenado a 30 anos de prisão. Hoje ele tem um canal no YouTube

9. Allen Stanford

Allen Stanford detêm o titulo de organizar e chefiar o segundo maior Esquema de Pirâmide da história dos Estados Unidos. Diferentemente do caso de “Bernie” Madoff, a maior parte das vítimas de Allen nunca teve seu dinheiro ressarcido.

Como mostrou o jornal CNBC, as vitimas de Allen eram, em sua maioria, aposentados. Eram oferecidos “fundos de investimento seguros” para esses idosos, tudo sem fundamento algum. A quantia roubada por Allen chega na casa dos US$ 7 bilhões.

Stanford foi condenado a 110 anos de prisão em uma penitenciária de segurança máxima na Florida pelos crimes de fraude financeira, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e estelionato.

10. Donald Trump

Mesmo que pessoalmente o hoje presidente dos Estados Unidos nunca tenha declarado falência, diversas das empresas em seu nome quebraram.

A primeira foi o Trump’s Taj Mahal Casino, em Atlantic City, por falta de pagamento de juros aos acionistas, já que as finanças do cassino entraram em colapso. Outros dois cassinos e o Plaza Hotel in New York viriam a ter um fim parecido. 

Um outro empreendimento que teve q encerrar suas operações devido a uma divida de US$ 1,8 bilhões, foi o Trump Hotels and Casinos Resorts, fechado em julho de 2014.

Mesmo após falir quatro empresas, Trump usou ao seu favor as Lei de Falências americana para restaurar seus negócios, mas é importante deixar claro que seu poder de convencimento e sua fama nos Estados Unidos foram muito importantes para reerguer suas finanças. Em 2018, a Forbes avaliou sua fortuna em US$ 3,1 bilhões.

Não cometa os mesmos erros que esses ex-bilionários. Invista com segurança: abra uma conta gratuita na XP!

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.