Na turbulência, cresce busca por profissões ligadas ao mercado financeiro

"Há muita visibilidade na mídia e a garotada fica empolgada", disse vice-diretora da Faculdade de Economia da PUC-SP

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Com a crise financeira, ficam em evidência alguns profissionais. O analista que aparece na televisão para comentar a situação na Bolsa de Valores. O ministro da Fazenda que divulga comentário sobre uma nova medida tomada para aliviar os efeitos. O presidente de determinada empresa que fala dos resultados da companhia.

Tudo isso chama a atenção de toda a população para estas profissões, principalmente dos mais jovens. A demanda nas universidades por cursos como o de economia e de administração pode crescer de maneira significativa. “No momento de crise, se faz mais do que necessária a opinião de especialistas”, afirmou o consultor de Carreira da Thomas Case Associados, do Grupo Catho, Renato Waberski.

“Há muita visibilidade na mídia e a garotada fica empolgada”, disse a vice-diretora da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Elisabete Adami Ferreira dos Santos. Questionada se a busca cresce porque eles encaram a situação como um novo desafio, ela disse que não: “Uma garotada de 17 anos não tem discernimento para saber o que é desafio, mas para saber o que dá visibilidade, sim!”.

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Economistas e administradores

De acordo com Elisabete, administração sempre foi uma profissão em alta na demanda, por diversos motivos. O primeiro deles é que o número de empresas no mercado está em crescimento. O segundo é que aumenta a modalidade de empresas e cada vez mais os administradores estão aptos a trabalhar em qualquer tipo de empresa.

A profissão de economista teve uma queda de interesse por parte dos jovens brasileiros por muito tempo. “Muitas escolas pequenas fecharam porque acabou o charme da profissão, quando a inflação foi controlada”, explicou a vice-diretora. Agora, há uma maior demanda, mas por um economista diferente, mais focado em riscos.

Com a crise, estas duas profissões passam a ser mais buscadas, até mesmo porque os profissionais da área devem ser mais demandados. “Profissionais como analistas, aqueles que atuam no mercado de capitais, acabam sendo super requisitados”, afirmou Waberski.

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Elisabete concorda dizendo que o mercado de capitais é a vitrine da economia. Quando ele está bem, num momento de calmaria, a demanda pelas profissões citadas diminui. Mas em momentos de crise, como ele em evidencia, o quadro se inverte.

Aqueles que gerenciam riscos

Além das profissões mais tradicionais citadas acima, Elisabete ainda citou aquelas relacionadas ao risco como as que os jovens costumam buscar em momentos de crise: contadores, atuários, matemáticos, estatísticos e engenheiros. A habilidade que estas pessoas devem ter em comum é a de gerenciar risco, ler e entender os cenários. Este é o grande diferencial.

Outros pontos que passam a ser considerados mais importantes, em momentos de crise, na opinião de Waberski, são:

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