Nunca lutei por dinheiro, diz milionário que inspirou À Procura da Felicidade

Chris Gardner, antes de ficar milionário com o mercado financeiro, morou nas ruas com seu filho enquanto tentava crescer seu nome em Wall Street

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – Mesmo com o sucesso impressionante no mercado financeiro, o milionário Chris Gardner, que inspirou o filme À Procura da Felicidade, afirma que toda sua luta nunca foi por dinheiro. Foi para dar ao seu filho o que ele nunca teve como criança: um pai.

Durante a Expert XP 2019, um dos maiores eventos sobre investimentos do mundo, Chris Gardner contou, em palestra, um pouco mais sobre as dificuldades que enfrentou, sua trajetória de sucesso e as pessoas que marcaram sua vida.

“Minha mãe sempre foi tudo para mim, e eu agradeço por cada palavra que já saiu da boca dela. Mas eu sempre visei dar ao meu filho o que eu nunca tive: um pai”, relatou Gardner à plateia, visivelmente emocionado.

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História

Desempregado e com um filho de 14 meses para cuidar, aos 28 anos Chris Gardner estava “no pior lugar que poderia ter chegado”, mas, mesmo com tantas adversidades, ele deu a volta por cima.

“O que me conforta mais é saber que meu filho não lembra que morávamos na rua, que estávamos falidos. Ele diz que me via como um super herói. Que eu era um ótimo pai. Essas palavras mostram que minha luta nunca foi em vão”, completa.

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A sua historia de superação é contada em seu livro “The Pursuit of Happyness” (À Procura da Felicidade), lançado em 2006. No ano seguinte, o enredo foi adaptado para os cinemas, estrelando Will Smith no papel de Chris.

Chris tornou-se um dos grandes nomes do mercado financeiro americano ao fundar a Gardner Rich & Co LLC, corretora institucional especializada na execução de transações de produtos derivativos, e hoje possui um patrimônio de aproximadamente US$ 600 milhões, de acordo com a Forbes.

O milionário, que passou boa parte da infância com um padrasto alcoólatra e violento, ressaltou que a teoria de que todos somos produto do ambiente em que vivemos na infância e não há o que mudar, na sua visão, é equivocada.

“Você pode perpetuar um trauma, remoer ele eternamente na sua cabeça, ou pode fazer escolhas diferentes, escolher outros caminhos para seguir”, disse Gardner. 

“De acordo com esse pensamento, eu deveria ter sido mais um perdedor, alcoólatra, analfabeto, espancador de mulher e abusador de crianças. Mas eu escolhi ser diferente, fiz as decisões certas graças ao amor da minha mãe”, explica o palestrante.

“Uma vez minha mãe me disse que eu não deveria, nunca, deixar alguém me dizer o que eu não poderia fazer e que eu poderia ser o que eu quisesse ser. E eu segui minha vida com isso na cabeça. Se as pessoas não conseguem fazer algo, elas vão tentar te convencer que você também é incapaz. Não deixe isso acontecer”, termina Gardner.

A frase que Gardner ouviu de sua mãe na infância foi eternizada nos cinemas, mas Chris não chegou a dizer isso ao seu filho na vida real. No filme, Christopher Medina, seu filho, interpretado por Jaden Smith, tem 5 anos, mas na verdade, durante o ano retratado, a criança tinha apenas 14 meses.

“É obvio que a escolha de uma criança mais velha para encenar meu filho foi para criar mais diálogos, mais dramaticidade, mas a historia não foi assim. Christopher [seu filho] tinha 14 meses. E a coisa mais difícil todos os dias, como um pai trabalhador, sem teto e solteiro, era cuidar do bebê. Me doía sair para trabalhar e ter que deixar meus filhos com estranhos. Agradecia todos os dias quando voltava e ele ainda estava vivo”, diz o empresario.

“No fim, esse filme não é sobre mim, especificamente. É sobre todo pai que também teve que ser mãe. É sobre o trabalhador que renuncia tudo em prol de sua família. É sobre sonhos, lutas e realizações”, completa.

Mudança de rumo

O empresario decidiu sair do mercado financeiro quando, em 2012, sua esposa faleceu de câncer. A perda o fez reavaliar a vida, então Gardner se reinventou como autor e especialista em palestras motivacionais.

“Percebi que eu posso sempre ganhar ou perder dinheiro, ele é recuperável. Mas o tempo, esse não volta. Perder minha mulher me mostrou que eu precisava resinificar minha vida, que eu deveria ajudar outras pessoas a seguirem seus sonhos”, termina Gardner.

Hoje, Gardner organiza palestras motivacionais no mundo inteiro, falando para auditórios lotados em mais de 50 países por ano.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.