Celular de Jeff Bezos foi hackeado por sauditas, diz detetive

O investigador não apresentou evidências diretas para provar suas acusações, que aprofundaram algo que Bezos sinalizou em fevereiro

Bloomberg

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(Bloomberg) — A briga entre Jeff Bezos e o tabloide National Enquirer surpreende com mais um capítulo. No fim de semana, um detetive contratado pelo presidente da Amazon.com acusou a Arábia Saudita de acessar os dados do smartphone de Bezos antes de a publicação expor o caso extraconjugal do bilionário.

Gavin de Becker, consultor de segurança de Bezos, detalhou as acusações em um texto de mais de 2.000 palavras no website de notícias Daily Beast, que categorizou o conteúdo na categoria de “opinião”. O investigador não apresentou evidências diretas para provar suas acusações, que aprofundaram algo que Bezos sinalizou em fevereiro: que o interesse do tabloide na vida pessoal dele poderia ter ligação com o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

A dona do Enquirer, American Media, apresentou uma justificativa com menos intriga geopolítica: o irmão da amante de Bezos passou a informação ao tabloide.

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Segundo Becker, Bezos virou alvo do governo saudita porque é dono do Washington Post, que publicou diversas reportagens sobre o assassinato de Khashoggi, colunista do jornal, no consulado saudita em Istambul.

A investigação “concluiu com muita confiança que os sauditas tiveram acesso ao telefone de Bezos e levantaram informações privadas”, afirmou Becker no texto. Não está claro o quanto a American Media sabia, segundo ele. Bezos acusou a editora do National Enquirer de tentativa de chantagem.

A investigação “estudou o relacionamento próximo e bem documentado” entre o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman e o presidente do conselho da American Media, David Pecker, de acordo com Becker. O texto publicado por ele não mencionou se houve comprometimento de informações ligadas à Amazon. A companhia está se expandindo no Oriente Médio e comprou a operação de e-commerce Souq.com em 2017. Representantes da Amazon não retornaram solicitações de comentário.

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Em 7 de fevereiro, Bezos escreveu em um blog que a American Media ameaçou publicar fotos comprometedoras dele com outra mulher. O Enquirer, tabloide vendido nos caixas de supermercados dos EUA, em janeiro deu uma manchete afirmando que Bezos foi “pego traindo a mulher com quem está casado há 25 anos com a esposa de um magnata de Hollywood!”. A amante seria a ex-apresentadora de televisão Lauren Sanchez.

A American Media declarou que a única fonte da informação foi o irmão de Sanchez. “Apesar das acusações falsas e sem provas do senhor Becker, a American Media nega e continua negando as acusações sem provas de que os materiais da nossa reportagem teriam sido adquiridos com ajuda de qualquer outro a não ser a única fonte que trouxe os materiais para nós primeiro.”

Bezos escreveu no blog que a “cobertura incansável” que o Washington Post fez do assassinato de seu colunista é “sem dúvida impopular em alguns círculos”.

Khashoggi, cidadão saudita, era um notório crítico do príncipe herdeiro, visto pelo presidente americano Donald Trump como aliado importante. Khashoggi foi morto e teve o corpo desmembrado por pessoas próximas ao príncipe herdeiro. Parlamentares americanos dizem que há indícios de que Mohammed bin Salman teve envolvimento no assassinato.

Em fevereiro, Jeff Bezos recrutou o advogado Marty Singer, que ficou famoso ao afastar tabloides de celebridades clientes, para enfrentar o National Enquirer devido à ameaça de publicar fotos íntimas dele.

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