Funcionários com maior remuneração são os mais demitidos pelos bancos

Além disso, pesquisa da Contraf-Cut revela que a maioria dos profissionais demitidos tem Ensino Superior

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As demissões dos profissionais que atuam no setor bancário, no primeiro semestre deste ano, aconteceram, em maior número, para os funcionários que ocupam cargos hierárquicos superiores. Segundo levantamento da Contraf-Cut, divulgados na terça-feira (25), os demitidos recebiam a remuneração média de R$ 3.627,01.

Já as admissões concentraram-se nos profissionais em início de carreira, com média salarial de R$ 1.928,92. Com os resultados é possível notar que admissões estão concentradas nas faixas de dois a três salários mínimos e as demissões em faixas superiores.

“As empresas financeiras estão reduzindo os custos com o fechamento de postos de trabalho e ainda com a alta rotatividade da mão-de-obra, demitindo bancários com salários mais altos e contratando funcionários com remuneração inferior”, ressalta o presidente da Contraf-Cut, Carlos Cordeiro.

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Demissões x contratações

Nos primeiros seis meses do ano, os bancos que operam no País demitiram 15.459 bancários, devido às fusões. “Esse é um indício forte de que o fechamento de postos de trabalho se deve, principalmente, aos processos de fusão do Itaú Unibanco e do Santander Real”, explica o secretário-geral da Contraf-Cut, Marcel Barros.

Por outro lado, houve 13.235 contratações no mesmo período. No primeiro semestre do ano passado foi constatada a criação de 8.754 vagas.

“Os bancos estão na contramão do movimento que a economia brasileira está seguindo. Enquanto os demais setores econômicos criaram 300 mil postos de trabalho no primeiro semestre com a retomada do crescimento, os bancos, que não sofreram nenhum impacto com a crise, estão fazendo o contrário”, critica Cordeiro.

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Ainda segundo Cordeiro, as demissões são injustificáveis uma vez que o sistema financeiro foi o que apresentou a maior rentabilidade de toda a economia no primeiro semestre do ano, quando os 21 maiores bancos somaram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões.

Grau de escolaridade

Engana-se quem pensa que as demissões nas instituições financeis, no primeiro semestre deste ano, aconteceram para profissionais com baixo nível de escolaridade. A maioria dos funcionários desligados (59%) tem Ensino Superior completo.

“Outra contradição é que os bancos exigem qualificação cada vez maior e forçam os bancários a custearem seu próprio aprimoramento acadêmico, mas a pesquisa mostra que as demissões estão atingindo, principalmente, os trabalhadores com maior escolaridade”, contesta Cordeiro.

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Demissão por região

As demissões no setor bancário ocorreram, sobretudo, nas regiões Sul e Sudeste do País. O estado de São Paulo registrou um saldo negativo de 1.925 ocupações, o que corresponde a 87% do total.

Com relação ao tipo de desligamento, 31,84% dos trabalhadores pediram demissão de seus empregos. Entre os demitidos pela empresa, 61,28% foram desligados sem justa causa e 4,02% tiveram a demissão por justa causa.