Estudantes desonestos querem emprego no governo, diz pesquisa

Pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade da Pennsylvannia realizaram testes com 662 estudantes

Luiza Belloni Veronesi

Publicidade

SÃO PAULO – Pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade da Pennsylvania, ambas dos Estados Unidos, constataram que estudantes desonestos são mais propensos a almejar um emprego no setor público.

O estudo, divulgado no site The Independent, ainda mostrou que os estudantes com interesse em seguir pela carreira pública foram menos propensos a não demonstrar um comportamento pró-social, que beneficia outras pessoas ou a sociedade como um todo.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores realizaram testes com 662 estudantes. No primeiro deles, os alunos tiveram de jogar um dado 42 vezes e relatar quais números caíram. Quanto maior o número, mais receberiam em dinheiro. Neste teste, foi descoberto que mais de um terço relatou números anormalmente altos.

Continua depois da publicidade

Após isso, os pesquisadores analisaram as preferências de carreira dos estudantes e constataram que aqueles que mentiram em relação aos números dos dados estão 6,3% mais propensos a querer um emprego no governo.

O segundo teste mediu o comportamento pró-social, isso é, ações que beneficiam outras pessoas e a sociedade. Os alunos foram convidados a dividir uma quantia de dinheiro entre si e uma instituição de caridade. Também nesta etapa, a maior parte daqueles que doaram uma parcela mínima pretendia trabalhar para o governo.

A pesquisa sugere que o interesse dos estudantes desonestos pelo serviço público pode estar relacionado à imagem de um sistema corrupto. “Se as pessoas têm a visão de que o governo é desonesto, pessoas que são honestas não vão querer entrar neste sistema”, concluiu a pesquisadora de Harvard, Hanna Rema.