“Cada ano no Nubank vale por 7”, diz executivo sobre saúde dos funcionários

Para as empresas da nova era, motivar funcionários depende de cuidar da saúde

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Não muito tempo atrás, a discussão do bem estar dentro das empresas era praticamente inexistente: o foco de qualquer funcionário que quisesse estar em uma “empresa dos sonhos” era entregar resultado a todo custo. Saúde física e mental não era uma preocupação para o horário comercial. Com o aumento da competitividade no mercado e a virada de gerações, tratar funcionários como seres humanos individualmente importantes passa a ser questão de sobrevivência para as empresas da nova economia.

A fintech Nubank está entre as empresas brasileiras famosas por falar abertamente no bem-estar de seus funcionários. “Cada ano lá dentro [Nubank] vale um de cachorro [sete anos]. Então, sabemos da importância de uma saúde mental em dia para dar conta de tudo”, afirma Ricardo Frias, líder de benefícios globais do Nubank, em um painel organizado pela corretora de seguros Aon, nesta quarta-feira (7).

Uma pesquisa global realizada pela corretora mostra que apenas 5% das empresas brasileiras tem algum programa de bem-estar para funcionários. A média global é 9%. 

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Priscila Siqueira, Vice-Presidente de Vendas do Gympass, também participou do painel. A fintech recentemente passou por uma reformulação importante: de um serviço para a pessoa física, passou a focar na venda de pacotes para o RH de empresas.

“O comportamento das empresas mudou porque os hábitos de seus funcionários mudaram. Começamos com uma hipótese de que tinham academias vazias e pessoas que queria usá-las. Mas a preocupação das empresas em oferecer um bem-estar melhor para seus funcionários foi nossa virada”, afirma a VP. 

A executiva diz que sua empresa oferece um programa de qualidade de vida, e que isso mexe com produtividade. “Levamos pessoas que não praticam atividade para a academia. Isso tem impactos no dia a dia e certamente na produtividade do profissional que trabalha em uma companhia que acha que faz sentido pensar em seu bem-estar”, diz Siqueira.  

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O Nubank, por sua vez, acredita que investir no bem-estar dos funcionários faz com que eles queiram ficar. “Queremos desafiar o mercado atual e isso inclui fazer diferente com os nossos funcionários. Ano passado implementamos um programa de saúde mental. Mais de 25% dos nossos profissionais aderiram e usam. Fechamos a parceria recente com o Gympass e foi muito bem recebido. É uma tendência”, aponta Frias.

Ele argumenta, ainda, que essa filosofia que a empresa aplica internamente está totalmente ligada com a missão do banco digital. “Queremos desburocratizar o mundo e dar controle da vida financeira para as pessoas. A saúde financeira é um dos pilares da saúde mental”. 

“Hoje temos mais de 1800 funcionários, de 16 a 60 anos ou mais, de mais 25 nacionalidades diferentes. Precisamos pensar na saúde deles. Vemos nossos profissionais como pessoas, tentamos entender o que eles querem, criar um ambiente de confiança para que eles possam se sentir à vontade para se expressar”, afirma Frias.

Ele comentou que o Nubank implantou um ambulatório em sua sede e que a empresa pensa em novas ações mais práticas focadas na saúde como um todo.

“Temos uma diversidade de funcionários muito grande, o que nos faz pensar mais. Ao propiciar saúde física e mental, um espaço de trabalho adequado, deixamos o funcionário tranquilo e focado. É aí que a inovação acontece: quando eles estão bem”, diz Frias durante o painel.

Desafios

Michael Kapps, CEO e co-fundador da TNH Health, empresa de soluções digitais para saúde, afirmou que o Brasil ainda tem muito a caminhar quando se trata de saúde mental.

“Cuidar da mente é essencial. Ainda mais em um país extremamente violento, com muito estresse e com níveis altos de ansiedade. Você não trata saúde física, sem tratar da mental. Assim, iniciativas de empresas para seus funcionários são ótimas e devem continuar, mas são só parte da solução”, diz.

Segundo ele, a realidade brasileira é difícil e não é possível trabalhar em larga escala sem tecnologia. “As classes mais altas são atendidas, mas e as classes C e D? Eles carecem de atendimento quando se trata de saúde mental. Por isso é preciso usar tecnologia para alcança-los”, afirma Kapps.

A TNH tem um robô chamado Vick que conversa com os usuários por meio do WhatsApp ou Facebook Messenger e auxilia com a ansiedade e depressão, por exemplo. A tecnologia “conversa” com o usuário e indica para empresas que oferecem tratamentos adequados.

“Não é preciso aplicativo algum, quem tiver um smartphone já pode usar. O Vitalk filtra e escaneia quem tem problemas e depois sugere programas como o próprio Gympass, a operadora de saúde Careplus, entre outros”, explica o executivo.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.