Os 10 profissionais digitais mais buscados no Brasil

Pesquisa mostra que analista de dados e de marketing digital estão em alta; grande destaque é cientista de dados      

Giovanna Sutto

Publicidade

SÃO PAULO – A profissão digital mais buscada por empregadores é de analista de dados, de acordo com uma pesquisa da recrutadora Talenses com a Digital House, sobre a nova era do mercado de trabalho com a chegada da tecnologia, divulgada nesta terça-feira (6).

Chamado Paradigma Digital, o estudo contou com 102 empresas – e 13% delas citaram esse profissional como necessidade dentro da sua organização. Com salários que começam em torno de R$ 5 mil e podem chegar até R$12 mil, a posição está em alta.

O setor digital pode ser uma estratégia boa para os profissionais brasileiros que buscam recolocação ou que querem mudar de carreira ou ainda ganhar um pouco mais. Hoje no Brasil estão abertas cerca de 160 mil vagas para posições digitais, de acordo com uma pesquisa da Brazillab, divulgada no início deste ano.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

Jaqueta XP NFL

Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano

“Ainda temos 12 milhões de desempregados, mas há uma janela gigante para áreas digitais. Essa migração precisa acontecer. Tem um gap na área digital que pode ser oportunidade para muitos profissionais”, diz Carlos Alberto Júlio, CEO da
Digital House.

“Temos engenheiros e outros profissionais dirigindo Uber, sendo que eles poderiam se especializar no digital e migrar de área”, complementa.

Em segundo lugar do ranking está o analista de marketing digital, com 10% dos entrevistados com uma demanda para essa área. No entanto, o grande destaque é da terceira posição: cientista de dados. Embora não tenha sido a profissão mais buscada por profissionais, é a que oferece os maiores salários e é a mais carente de bons profissionais.

Continua depois da publicidade

“No conjunto, esse profissional é mais difícil de achar, porque é uma posição mais nova do que as outras da lista. Além disso, em um nível mais sênior, os empregadores começam a querer cientistas de dados com um perfil de gestão somado ao técnico. Esse perfil mais completo é ainda mais raro no mercado”, afirma Leandro Bittioli, gerente sênior de recrutamento da área de TI e digital da Talenses.

Ele explica que um cientista de dados júnior começa ganhando entre R$ 6 e R$ 7 mil, enquanto um cargo mais sênior pode chegar a R$ 22 mil.

Na quarta posição ficou o especialista em customer experience. “Uma coisa é convidar para a festa, a outra é ensinar a dançar. Hoje cada vez mais é preciso contratar bons profissionais e mantê-los, que já é difícil. Mais do que isso incluí-los no ritmo digital, que segue em processo. Manter o profissional é o trabalho do customer experience”, explica Edney Sousa, diretor acadêmico da Digital House, e que tem mais de 30 anos de experiência no assunto.

Em quinto lugar ficou o profissional User Experience (UX), que trabalha para transformar os usuários em consumidores e também está com uma demanda bastante alta, embora seja uma posição em que mais profissionais do mercado atuam, segundo Bittioli.

No caso de UX e Customer Experience, os salários variam entre R$ 4,5 mil para posições juniores e R$ 12 mil para profissionais mais sêniores.

Confira os 10 profissionais mais buscados por empregadores, segundo a pesquisa divulgada nesta manhã:

Cargos mais buscados  % de empregadores que buscam 
1. Analista de dados / BI 13%
2. Analista de Mak Digital 10%
3. Cientista de dados 9%
4. Especialista em Customer Experience 9%
5. UX/UI Designer 8%
6. Product Owner
Scrum master
Especialista de
Inteligência Artificial
7%
7. Programador Web
Product Manager
6%
8. Analista/especialista em Automação
Especialista em Cloud Architect
5%
9. Analista de Infraestrutura
Analista de Telecom
4%
10. Analista de Testes e Qualidade
Program. Mobile Android
Program. Mobile IOS
3%

“Naturalmente, como a demanda para esses cargos é maior que a oferta, os salários do setor digital tendem a ser maiores, principalmente em companhias de grande porte”, diz Bittioli.

Segundo o recrutador, de fato, a maior dificuldade hoje é encontrar profissionais capacitados com a expertise digital.

“É um processo. Já vemos uma preocupação do profissional em se capacitar mais para o mundo digital. Antes eram só profissionais de tecnologia, atualmente todas as áreas estão atentas nessas transformações. Antigamente, a demanda para um advogado digital não existia, por exemplo. Cada vez mais as áreas de negócios estão conectadas e todo mundo é impactado”, diz Bittioli.

Importância dos dados: “quem não mede não cresce”

Cada vez mais o uso de dados para tudo será tendência. “Quem souber garimpar melhor os dados, tem maior poder de decisão. É uma área estratégica para qualquer empresa e gera insightsE será preciso bons profissionais para isso”, afirma o recrutador da Talenses.

Além disso, a pesquisa mostra que a área que mais demanda contratação de profissionais digitais é a da Tecnologia da Informação (67%).No entanto,

Sousa, da Digital House, comentou que as empresas entrevistadas na pesquisa ainda estão confusas em relação a isso. “Onde você precisa de mais profissional não é na área de TI. Todas as áreas precisam desses profissionais. A companhia não vai pra frente se não digitalizar todas os setores. Não é necessário um time de TI para a empresa toda, mas sim todas as equipes terem profissionais digitais”, afirma.   

Ainda, para complementar, Bruno Pina, CDO da Astrazeneca Brasil, explicou que algumas empresas passaram por momentos “adapte-se ou morra”, enquanto outras não pensam nisso, porque as metas seguem sendo batidas. 

“Mas é um risco. É a Netflix chegando na era da Blockbuster. Quanto isso vai impactar no alcance dos objetivos da empresa? Quem não mede não cresce, as empresas precisam medir a transformação que estão passando para poder dar os próximos passos”, disse.  

Invista seu dinheiro para realizar seus maiores sonhos. Abra uma conta na XP – é de graça. 

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.