Empresa reconhece que funcionária morreu após 159 horas extras de trabalho

Caso coloca em debate a cultura de trabalho no Japão e suas políticas

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Uma jornalista japonesa morreu por insuficiência cardíaca após trabalhar 159 horas extras em um mês, tirando apenas dois dias de folga no período. O caso, que ocorreu em julho de 2013, só foi anunciado pela empresa nesta semana, em respeito aos familiares da vítima.

Segundo o portal The Guardian, Miwa Sado, de 31 anos, trabalhava como repórter de política da maior emissora pública do Japão, a NHK, e no mês em que faleceu, cobriu as eleições da Assembleia Metropolitana de Tóquio e da Alta Câmara Nacional do Japão.

O anúncio de sua morte aumenta ainda mais a pressão sobre as autoridades japonesas, que já registraram 2 mil suicídios no país entre 2015 e março de 2016 devido ao excesso de trabalho, além de dezenas de outras vítimas que morreram de ataques cardíacos e outras condições causadas pela permanência excessiva no ambiente de trabalho.

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Um caso semelhante, por exemplo, aconteceu em abril de 2015, quando uma funcionária de 24 anos de uma agência de publicidade cometeu suicídio após fazer mais de 100 horas extras em um mês.

Estudos mostram que os japoneses trabalham significantemente mais horas do que os trabalhadores dos Estados Unidos, Reino Unido e demais países desenvolvidos. Entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, cerca de 22,7% das companhias japonesas reportaram que seus funcionários costumam fazer mais de 80 horas extras por mês – nível que já é considerado nocivo à saúde.

Com a repercussão do caso, o governo propôs um teto máximo de 100 horas extras por mês, assim como sanções às empresas que permitam a ultrapassagem deste limite.