Os números comprovam: a Geração Y “se acha”

Prepotência ou capacidade? A geração que em breve dominará o mercado de trabalho é mais confiante que a média

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Para Dave Ulrich, professor da Universidade Michigan e autor de 25 best-sellers de gestão empresarial e recursos humanos, a Geração Y é “esquisita”. “Seus celulares são bonitos, dinâmicos, eles agem diferente de nós”, diz, mas “precisamos aprender a lidar com eles”. O especialista em RH falou no evento Fórum Liderança para Transformação dos Negócios, da Câmara Americana de Comércio (Amcham).

A tentativa de entender a geração faz todo o sentido: em 2020, 35% da força de trabalho estará nas mãos desses jovens, nascidos entre 1982 e 1996, de acordo com o estudo Millennial Carreers: 2020 Vision, do Manpower Group.

SEGUNDO João Carlos Brega, presidente da Whirpool América Latina, uma característica marcante da geração de seus trainees é a autoconfiança. “Eles performam muito acima da média, mas também são extremamente ansiosos. Querem saber de tudo, inclusive a clássica: ‘quando eu vou ser presidente?’”, brinca.

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A partir do mesmo estudo do ManPowerGroup, que analisou os comportamentos e as perspectivas dessa geração, o InfoMoney selecionou alguns números que comprovam a visão de João: a Geração Y é realmente segura de si. Confira.

1. Confiança sobre as perspectivas de carreira

Dois terços dos jovens da geração do milênio preveem que terão sucesso em suas carreiras.

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Na China, Alemanha, Índia, México, Suíça e Estados Unidos, o número de “millennials” otimistas vai de 70% a 80%.

Dentro da segunda faixa, entre 60% e 69%, encontram-se Austrália, Brasil, Canadá, Holanda, Noruega, Espanha e Reino Unido. Já dos 50% aos 59% ficam França e Singapura.

Os países que têm menos da metade da Geração Y otimista são Grécia, Itália – ambos na faixa entre 40% e 49% – e Japão, o mais otimista de todos, com 30%.

2. Facilidade em recolocação

Na mesma linha, 62% dos jovens da Geração Y acreditam que, se perdessem o emprego amanhã, conseguiriam uma nova oportunidade equivalente ou melhor em 3 meses de buscas.

3. Possibilidade de descansar

Embora trabalhem mais que outras gerações, os “millennials” têm confiança de que conseguirão ter folgas significativas. De acordo com a pesquisa, 84% desses jovens preveem pausas significativas durante suas carreiras, em “ondas”. Boa parte deles acredita que poderá ter um tempo para si mesmos.

4. Para eles, o “eu” é mais importante que os contatos

Em vez de pensar em dinheiro ou conexões, na hora de buscar oportunidades a Geração Y pensa em si mesma. A cada cinco deles, quatro confirmam que a possibilidade de adquirir novas habilidades é um fator essencial na busca por um novo emprego.

Na mesma linha, 22% deles pretendem fazer ao menos uma longa pausa na carreira justamente para obter qualificações.

Eles dizem que o sucesso depende mais das habilidades pessoais do que de ter as conexões certas.

5. Querem reconhecimento

O fato de a Geração Y acreditar muito em si mesma faz com que ela também queira ser reconhecida pelos demais – afinal, um bom trabalho deve ser recompensado de alguma maneira. De acordo com a pesquisa, metade dos “millennials” consideraria mudar de emprego por falta de apreciação de seu trabalho.

Para o ManPowerGroup, a maneira de os empregadores garantirem que não ocorra uma saída em massa é oferecer feedbacks mais frequentes e pessoais. “Manter uma aproximação sensível e encontrar novos canais que encorajem reconhecimento e conversas com gestores e colegas é uma maneira barata e eficiente de engajar as pessoas em seus papéis”, escreve a pesquisa.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney