Eles no comando: profissionais de ambos os sexos preferem chefe homem

Pesquisa da UnB mostra que, apesar disso, homens e mulheres não se importam de ter um líder do sexo feminino

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Estudo da Universidade de Brasília (UnB) revela que profissionais brasileiros de ambos os sexos acreditam que os homens são melhores líderes do que as mulheres.

Realizado pela pesquisadora Amanda Zauli-Fellows, ele mostra que 95% dos homens e 85% das mulheres concordam que é melhor ser liderado por profissionais do sexo masculino. “Esse fato pode ser atribuído à cultura do patriarcalismo, ainda bastante presente no Brasil, na qual o poder concentra-se sempre nas mãos deles”, comenta a autora.

A pesquisadora ainda disse que as mulheres estão muito ligadas às tarefas da casa. “As trabalhadoras não querem abrir mão de suas funções domésticas para ocupar um posto de comando, ao qual terão de dedicar mais tempo, em detrimento do cuidado com a família”.

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Pesquisa

A pesquisa, denominada “Diversidade e Gênero na Câmara dos Deputados: um estudo sobre igualdade de oportunidade entre homens e mulheres”, foi feita, num primeiro momento, com mais de 1.320 servidores da casa. Depois disso, Amanda resolveu aplicá-la em funcionários de empresas, momento em que notou que obteve resultados semelhantes. Trata-se de uma tese defendida em maio de 2006.

Para mudar as desigualdades nas chances de ascensão na carreira de homens e mulheres, Amanda sugere que os responsáveis pela área de gestão de pessoas das organizações implementem ações de treinamento, desenvolvimento e educação, o que é fundamental para que os problemas de desempenho sejam superados.

Desta forma, Amanda também acredita que os indivíduos serão preparados para novas funções e tecnologias do trabalho.

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Mulheres no poder

Apesar de preferirem serem liderados por homens, os profissionais de ambos os sexos disseram não se importar com o fato de o chefe ser uma mulher. No caso deles, 72,3% disseram que não se incomodariam com a situação.

Sobre o estilo de liderança delas, os entrevistados disseram ser mais voltado aos relacionamentos. As mulheres não se limitam a delegar as tarefas, conversando mais com os funcionários. No entanto, quando assumem um posto de comando, ao invés de manter esta característica, elas tentam delegar como os homens – maneira centralizada -, o que é repudiado por funcionários.