Intercâmbio para jovens e adultos: quais são e quanto custam os programas para cada fase da vida

Não importa quantos anos você tenha, há um intercâmbio que se encaixe no seu perfil; veja a lista de opções     

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Imagine uma criança de 9 anos indo passar um mês no Canadá sozinha. Ou uma pessoa de 65 anos fazendo um mochilão pela Austrália. Fora do comum? Na verdade, existem muitas opções de pacotes de intercâmbios que possibilitam diferentes tipos de experiências em todas as idades.  

Gilberto Mingrone, diretor geral da CI Intercâmbio e Viagem, explicou quais tipos de intercâmbios são mais indicados para cada fase da vida. “É importante ter opções para todas as idades. Conforme o tempo passa as prioridades e as expectativas mudam”, diz.  

Confira: 

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Novos desafios: a partir dos 40 anos  

As opções aqui se encaixam para executivos que vão tirar um ano sabático, por exemplo, aposentados ou pessoas mais velhas que não tiveram a oportunidade de fazer um intercâmbio anteriormente.  

“Aqui temos opções de mochilão pela Europa, América Latina, trabalho voluntário em organizações e instituições ao redor do mundo, programas com cursos como gastronomia na França ou arte na Itália. É para ser uma experiência nova, um novo hobby ou um novo desafio”, explica Mingrone 

Além disso, esses cursos são indicados para pessoas estabilizadas tanto na vida financeira como na carreira profissional, em um momento em que investir em educação não é mais o principal objetivo. 

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“Eu tive um cliente que era um brasileiro diretor de uma empresa nos EUA, e que saiu do cargo para fazer um trabalho voluntário na África com a família. Ele podia investir nessa experiência e estava buscando outros tipos de formação, que não era a educacional, era mais de vivência”, diz.  

Nessa opção, os preços variam bastante a depender do roteiro escolhido e do tipo de experiência que o interessado deseja. 

Pós-graduação: a partir dos 25 anos  

Segundo Mingrone, com o ensino superior completo também é possível fazer o programa de mentoria para algum tipo de pós-graduação, mas há outros dois programas mais indicados. 

O primeiro é um sistema misto, que permite que o profissional trabalhe e estude no país. “Estamos falando de outro rol de estudantes. A pessoa já fala o idioma e tem outro foco: precisa trabalhar, enquanto estuda. O período mínimo é de três meses”, diz.   

No entanto, apenas alguns países autorizam esse tipo de atividade, com um visto específico: Canadá, Irlanda, Austrália, Espanha, Dubai, onde é permitido que o estudante receba um salário, além de estudar no país.   

“É um dos produtos que vem em uma linha crescente de procura e uma das vantagens é que permite uma progressão de vida no país, já que é possível ganhar um salário e dar início a uma carreira”, explica Mingrone. 

Em uma simulação, um intercâmbio desse tipo na Irlanda, com duração de 25 semanas, cerca de seis meses, custa em média R$ 8.200, fora os custos de passagens.  

A segunda opção indicada para essa faixa etária é o programa de educação executiva. A grande diferença é que nesse caso, o foco do interessado é a carreira e geralmente são cursos de curta duração, porque o profissional tem um trabalho fixo no Brasil.   

“Os destinos mais procurados são EUA e países da Europa, para cursos de management, finanças, empreendedorismo, projetos, economia, entre outros. China e Hong Kong também oferecem, mas são menos populares. Ainda, há tipos de programa com empresas do vale do silício ou imersão em fabricantes na Europa. Os principais objetivos são ampliar os horizontes e fazer networking”, explica.  

Nesse caso também existem parcerias entre universidades brasileiras e instituições no exterior. A USP, por exemplo, tem programas que levam seus pós-graduandos para concluir parte da pesquisa fora do país.

As universidades e governos de alguns países também fornecem, de tempos em tempos, bolsas e incentivos para atrair pós-graduandos estrangeiros (normalmente, aqueles com destaque acadêmico em suas respectivas áreas) aos seus programas educacionais. Uma dessas bolsas é a Chevening, na Inglaterra. 

Universidade: acima de 18 anos  

Aqui começa uma outra etapa: a possibilidade de fazer uma graduação fora do país. Mingrone explica que há programas distintos para esta fase. “Temos a opção que oferece uma mentoria especializada para o processo de admissão na faculdade, além de outros dois programas menos populares: um de pós-graduação e outro esportivo”, explica o executivo.  

Considerando o primeiro caso, um profissional da agência auxilia o estudante com a burocracia e todo o processo. Segundo Mingrone, é possível estudar em universidades públicas e privadas do mundo todo, sendo que os destinos mais comuns são Estados Unidos, Inglaterra e alguns países da Europa.  

“Para entrar na faculdade, o processo é bem burocrático, na média, o ideal é começar a se preparar um ano antes. Como tem centenas de opções, naturalmente demora mais. Além disso, também é preciso ver a questão de vistos e outros custos, já que nesse caso é um período maior no exterior”, diz.  

Segundo ele, esse programa está crescendo bastante e muito mais jovens estão considerando fazer a graduação fora. Mas ainda é uma opção que demanda um investimento elevado.

“Cada universidade tem um sistema de pagamento, mas geralmente é preciso pagar por quantidade de créditos que giram em torno de US$ 1 mil a US$ 3 mil cada, fora o custo de vida por lá durante os anos de estudo, passagem e o custo da consultoria”, afirma Mingrone. Em relação ao custo da consultoria exclusivamente, o valor da CI gira em torno de R$ 16.400.   

Esse sistema de consultoria para ajudar na admissão também está disponível para pós-graduação, mestrado ou PhD. “Neste caso, também é preciso se planejar com antecedência. Há diversas opções, com diferentes custos, prazos e destinos”, diz.  

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Outra maneira de entrar na faculdade no exterior é fazer o processo de admissão como atleta.

“Então, o estudante brasileiro nada, joga basquete ou tênis e quer aplicar para um bolsa em uma universidade americana. A ideia é não pagar a universidade e atuar pelo time da mesma. O processo é levemente diferente, mas oferecemos também a mentoria para auxiliar o estudante”, explica Mingrone, reiterando que esses dois últimos são menos procurados, mas igualmente possíveis de se fazer.

Ainda, Mingrone lembra que nessa faixa etária também é bem comum cursos de idiomas apenas. “Muitos jovens saem do colégio e tiram um ano ou seis meses para estudar uma língua antes de entrar na universidade”, diz. 

Se o jovem já estiver no ensino superior e quiser ter a experiência fora do país, também existem parcerias entre as universidades de fora e as do Brasil.  Assim, estudantes de algumas áreas específicas podem concorrer à vaga para fazer um semestre ou um ano da sua faculdade em outro país – com ou sem bolsa.  

O Ciência Sem Fronteiras (CsF), encerrado em 2016, funcionava mais ou menos dessa maneira, mas ainda existem outros similares em diversas universidades brasileiras, como o Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani) dentro da Universidade de São Paulo (USP).  

High School: entre 15 e 17 anos  

Mais difundida, essa opção permite que o jovem cursando ensino médio faça um semestre ou um ano de aulas em outro país. É possível validar o ano ou semestre aqui no Brasil e o adolescente pode ir no primeiro, segundo ou terceiro ano do colégio. Conheça os custos dessa modalidade clicando aqui.  

Os valores começam na casa dos R$ 28 mil, mas podem chegar até R$ 500 mil para um ano na Suíça, por exemplo. “Os preços mudam também de acordo com o câmbio do dia, destino, tempo, entre outros fatores”, complementa Mingrone.  

Essa é uma viagem que exige mais preparação de todas as partes envolvidas. “Os filhos ficam mais tempo fora e o preço sobe. Então, precisa de um preparo emocional mais forte e um bom planejamento financeiro dos pais. Assim, a antecedência é crucial”, diz.  

Nesse caso, os destinos mais comuns da agência são Canadá, EUA e Inglaterra, onde os estudantes podem ficar em casa de família ou alojamento da escola.  

Intercâmbio teen: entre 8 e 14 anos  

Esse tipo de intercâmbio é dedicado a crianças que ainda não entraram no ensino médio. Geralmente, tem uma duração de duas a quatro semanas, justamente no período das férias escolares. “Chamamos de intercâmbio Teen na CI e é um produto que mistura a experiência com idiomas e atividades extras”, explica o executivo.

Então, se a criança viajar para o Canadá, por exemplo, além das aulas de inglês, também faz passeios para as Cataratas dos Niágara. Os roteiros para esse tipo de intercâmbio sempre incluem passeios e excursões em programas mais focados na cultura do país e diversão.  

“Nesse tipo de programa, o mais comum é a ida de um grupo de crianças acompanhado de guias e formado para uma data específica. Muitas escolas aderem ao programa e levam seus alunos. Mas também é possível optar pelo programa individual e enviar a criança sozinha. Parece algo distante, mas as escolas no exterior estão acostumadas a receber alunos estrangeiros mais jovens”, diz.  

Além disso, segundo Mingrone uma das vantagens desse tipo de viagem é que não precisa ser planejada com muita antecedência. “Os pais podem optar por fechar a viagem no mesmo ano. Em abril para o filho ou filha embarcar em julho. Sem problemas.”, explica.  

Os destinos disponíveis para esse tipo de intercâmbio na CI são, além de Canadá, EUA, Inglaterra, Austrália, Japão e Coreia do Sul. Mas outras empresas podem trazer opções diferentes – vale pesquisar.  

Em termos de preços, ele deu um exemplo de uma viagem para o Canadá com duração de três semanas. Sai em torno de R$ 10.500, incluindo apenas o curso, acomodação, atividades e excursões. 

A agência disponibilizou uma tabela com simulações dos preços de alguns dos tipos de cursos citados para cada idade.

Veja:   

Produto  País  Duração  O que inclui  Valor Moeda original –  Valor em BRL  Passagens ida e volta
Intercâmbio teen  Canada  3 semanas  Curso, acomodação. atividades e excursões  CAD 3.500  R$ 10.535,00  UDS 1.400 
Intercâmbio teen Estados Unidos  3 semanas  Curso de inglês + aulas e seminários sobre Modelo G20, acomodação. atividades e excursões  USD 3.800  R$ 15.238,00  R$ 3.593,00 ida e volta 
High School  Estados Unidos  Semestre  Curso + Acomodação  USD 7.199,00  R$ 28.867,99  R$2.371,00 
Universidades (mentoria)  Diversos  —- Serviço de mentoria  —- R$ 16.400,00  a depender do país
Educação Executiva  Londres  2 dias  Curso e acomodação  R$ 3.344,68  R$ 17.292,00  R$ 3.174,00 ida e volta 
Trabalhar e estudar  Irlanda  25 semanas  Curso de inglês e assessoria CI Irlanda  GBP 1.790,00  R$ 8.126,00  R$ 2.300 ida e volta 
Curso de idioma Australia  2 semanas  curso de ingles com acomodação em casa de família, meia pensão  AUD 1.418,00  R$ 4.012,94  R$ 5.175,00 ida e volta 
Curso + Experiência (a partir de 40 anos) Argentina  2 semanas  curso de espanhol com aulas de tango – Acomodação em casa de família com quarto individual e café da manhã  USD 1.212,15  R$ 4.860,72  R$ 1.035,00 ida e volta 

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.