Economia deve crescer 5% ao ano para absorver 2,3 mi de novos trabalhadores

Para professor de economia, no Brasil existe uma anomalia das pessoas com maior escolaridade não terem postos de trabalho

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O Brasil tem, a cada ano, cerca de 2,3 milhões de pessoas que ingressam no mercado de trabalho, mas para que todas elas possam ter um emprego, é preciso que a economia brasileira cresça em torno de 5 ou 6% ao ano. A afirmação é do professor do Departamento de Economia da Unicamp, Márcio Pochmann.

De acordo com a avaliação do professor, no Brasil existe o problema das pessoas com formação especializada não serem absorvidas pelo mercado. Segundo ele, deveria haver maior expansão dos postos de trabalho para pessoas com maior nível de escolaridade.

Possíveis soluções

Uma das soluções, para que o problema seja resolvido seria a ampliação das exportações e valorização aos produtos brasileiros, o que se relaciona à posição do país no mercado mundial. “O Brasil vem ampliando as suas exportações, o que é positivo, mas tem se especializado muito na produção de bens de baixo valor agregado, importantes para a pauta de exportação, mas que não geram empregos de qualidade”, disse Pochmann.

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Para o especialista, o investimento em setores mais avançados, como o científico-tecnológico, demanda pessoas mais preparadas e faz com que o país possa competir no mercado internacional. “Não apenas com produtos de baixo valor agregado que pressupõem mão de obra de baixo custo”, completou o professor.

Informalidade

Segundo ele, como conseqüência da terceirização em setores mais modernos, a informalidade se destacou no Brasil, sob a forma de sub-contratação, resultado de políticas econômicas não muito satisfatórias ao emprego de mão de obra.

Uma economia com altas cargas tributárias e com câmbio desfavorável faz com que as empresas reduzam custos. “Muitas vezes isso significa contratar mão de obra informal e pagar remuneração relativamente baixa”, afirmou o professor.

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Com informações da Agência Brasil.