Dupla jornada prejudica o tempo que os universitários dedicam às aulas

Alunos que estudam à noite e trabalham durante o dia dormem menos nos dias úteis da semana e mais aos finais de semana

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SÃO PAULO – Universitários que trabalham têm o tempo que dedicam às aulas prejudicado. A conclusão é de uma pesquisa que relaciona os padrões de sono, sonolência e desempenho nos estudos desenvolvida pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

Além disso, de acordo com o estudo, as mulheres apresentaram maiores níveis de sonolência no período da manhã do que os homens, segundo a Agência USP.

Os estudantes que vão para a faculdade à noite e trabalham durante o dia dormem menos nos dias úteis e mais aos finais de semana, segundo tese de doutorado “O trabalho de jovens universitários e repercussões no sono e na sonolência: trabalhar e estudar afeta diferentemente homens e mulheres?”, da bióloga Roberta Nagai Manelli, que foi defendida em dezembro passado.

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Sono
“Durante os dias de trabalho, os estudantes têm um ‘dia longo’, pois acordam muito cedo por causa do trabalho e dormem muito tarde devido à vida acadêmica”, afirmou a pesquisadora.

“Com essa dupla jornada, eles apresentam expressiva redução no tempo de sono, o que pode influenciar negativamente o desempenho acadêmico, no trabalho e no tempo livre que dispõem durante a semana. Os universitários que têm jornadas de trabalho mais longas foram aqueles que mais faltaram às aulas, comprometendo o desempenho acadêmico”, completou Roberta.

Os universitários que trabalham dormem de 5 a 6 horas por noite, porém, segundo a bióloga, não é possível dizer se é muito ou pouco tempo, pois depende de cada um.

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Nos finais de semana, foi percebido o “rebote de sono”, quando a duração de sono é 1,5 hora superior à dos dias de trabalho. Contudo, segundo Roberta, não é possível afirmar se no fim de semana há recuperação completa, pois não foram incluídas na pesquisa questões sobre necessidade de sono ou de recuperação nos finais de semana.

Gênero
De acordo com Roberta, a duração do sono das mulheres foi maior do que a dos homens, sendo que a diferença foi em torno de 1 hora tanto nos dias úteis quanto nos finais de semana.

“Além disso, as mulheres apresentaram maior eficiência de sono. No entanto, ainda assim, as mulheres apresentaram maiores níveis de sonolência quando comparadas aos homens e maior tempo de reação”, explicou Roberta.

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Segundo a bióloga, uma das hipóteses que podem explicar essas diferenças é a maior necessidade de sono das mulheres, as diferenças biológicas e diferentes formas de lidar com o estresse causado pelo estudo e trabalho.

Problemas
A redução de sono pode causar um alto nível de sonolência diurna e o aumento no tempo de reação. Por muito tempo, os problemas podem ficar mais graves e desenvolver um distúrbio de sono. Além de episódios de micro-sonos involuntários durante o dia, que é quando uma pessoa dorme sem perceber enquanto realiza alguma atividade.

Segundo Roberta, 82 alunos com idade entre 21 e 26 anos do período noturno da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) participaram do estudo.

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Durante sete dias consecutivos, os estudantes usaram um equipamento que acumula dados e é capaz de detectar os momentos de repouso e vigília ao longo do dia.