Desemprego entre profissionais com mais de 40 anos cai 17,9% em agosto

De acordo com especialista, o mercado exige menos força física e redescobre os trabalhadores com mais experiência

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O desemprego entre a população com mais de 40 anos caiu 17,9% em São Paulo no mês de agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado.

De acordo com pesquisa da Fundação Seade, a taxa de desemprego para essa parcela da população era de 10,6% no oitavo mês de 2005, mas fechou agosto deste ano em 8,7%.

Redescoberta

Para o diretor da consultoria em recursos humanos BPI, Gilberto Guimarães, as empresas estão redescobrindo esses trabalhadores com mais idade. “Quem está com 50 ou 60 anos hoje, formou-se, fez cursos de especialização e está se aposentando em plena atividade física e intelectual”, constata Guimarães. “Por isso, pequenas empresas querem aproveitar esses profissionais”.

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Ele diz que os aposentados, por já contarem com uma vida estável, podem ganhar menos ou ter um salário “flutuante”. Ele também garante que os trabalhos que exigem força física estão mais raros, uma vez que a indústria perdeu espaço para o setor de serviços, que agora é o principal gerador de emprego (quase 60% das contratações).

Essa mudança cultural parece mesmo uma tendência. Para se ter uma idéia, no mesmo período analisado, o desemprego entre as pessoas entre 18 e 24 anos caiu apenas 2,7%, enquanto o recuo para o público na faixa-etária entre 25 e 39 anos caiu ainda menos: 0,8%.

Projetos

De acordo com o Diário do Comércio, periódico da Associação Comercial de São Paulo, as oportunidades para funcionários mais experientes já faz parte de programas de algumas grandes empresas, como a rede Pão de Açúcar e a livraria Siciliano.

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“Os consumidores adoram a atenção e o atendimento diferenciado que eles proporcionam”, afirma Fernanda Santos, gerente de marketing da Siciliano, empresa que desenvolve desde 2003 um projeto voltado para esses trabalhadores.

Um desses empregados com mais de 40 anos é Teresa Fiore, que só reclama de uma coisa. “Fui trabalhar de fim-de-semana depois de velha. Meu cineminha já era”, diverte-se. “Vou trabalhar até o fim dos meus dias”.