Depressão, você tem? Confira as consequências para o trabalho

Até 2020, depressão passará da quarta para a segunda maior causa de incapacidade para o trabalho no mundo

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Você sente irritabilidade, insônia, dores sem causa clínica definida, cansaço excessivo e dificuldade na tomada de decisões? Esses sintomas não passam mesmo após um período de férias? A produtividade caiu? Cuidado, pode ser que esteja com depressão, uma vez que esses são os primeiros sinais da doença!

O Ministério da Previdência Social constatou que os transtornos mentais e comportamentais representaram mais de um terço (33,5%) dos casos de afastamento do trabalho, entre 2000 e 2005, ao lado dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). As áreas profissionais mais afetadas pela depressão são mercado financeiro, refino de petróleo, transporte ferroviário urbano e bancos comerciais.

Além disso, a Organização Mundial da Saúde aponta que, até 2020, a depressão passará da quarta para a segunda colocada entre as principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo.

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Empresa também é prejudicada

As consequências da depressão são tangíveis. A pesquisa “Depressão, A Verdade Dolorosa”, encomendada pela Federação Mundial para Saúde Mental, revelou que 64% das pessoas deprimidas relataram ausência no trabalho, com uma média de 19 dias perdidos por ano, e 80% disseram ter a produtividade reduzida em 26%. O estudo avaliou 377 adultos diagnosticados com depressão e 756 médicos (clínicos gerais e psiquiatras) do Brasil, Canadá, México, Alemanha e França.

O fato é que o mercado de trabalho produz cada vez mais indivíduos deprimidos, por conta da pressão por quantidade, qualidade e resultados.

“As atribuições do cargo também devem ser consideradas fator de risco para a doença. Um executivo, por exemplo, que não gosta de falar em público, sentindo-se desconfortável e ansioso, mas que precisa fazer apresentações a grupos ou dar palestras, pode ser forte candidato à depressão. Situações repetitivas de estresse psicológico como essa podem ser decisivas para desencadear o problema”, diz o psiquiatra e professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Acioly Lacerda.

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Confira os sintomas

A causa da doença ainda é desconhecida, mas uma das teorias mais aceitas é que a depressão é conseqüência de uma disfunção no sistema nervoso central, que diminui e desequilibra as concentrações de dois neurotransmissores – a serotonina e a noradrenalina.

Veja se você está deprimido:

A importância de buscar ajuda

No mundo, estima-se que 121 milhões de pessoas sofram com a depressão – 17 milhões delas somente no Brasil. E não é só isso: dados da OMS mostram que 75% dessas pessoas nunca receberam um tratamento adequado.

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No longo prazo, quadros de depressão não tratados podem resultar no absenteísmo ou até mesmo na demissão, já que a baixa produtividade e o desinteresse pela rotina podem afetar a avaliação da empresa sobre o funcionário.

“É importante reconhecer os sintomas emocionais e físicos o quanto antes, procurar ajuda médica e seguir o tratamento corretamente, para a completa remissão da doença – ou seja, a ausência completa dos sintomas”, afirma o psiquiatra.

Tratamento

Existem tratamentos que combatem ao mesmo tempo os sintomas emocionais e físicos, com perfil de tolerabilidade do paciente, o que é vital para medicações que geralmente necessitam ser usadas por períodos longos. É o caso da duloxetina, uma moderna opção medicamentosa que age nos sintomas emocionais (tristeza, ansiedade, humor depressivo) e físicos (fadiga, dores vagas e difusas no corpo) da depressão. Mas os tratamentos mais comuns envolvem psicoterapia e medicamentos.

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É importante ressaltar, porém, que não se deve usar nenhum medicamento sem prescrição e rigoroso acompanhamento médico. Os profissionais com depressão precisam também mudar alguns hábitos diários, procurando realizar atividades físicas regularmente, mantendo um período satisfatório de sono diário, tendo uma boa alimentação e evitando o uso de substâncias como anorexígenos (que induzem a anorexia), álcool e tabaco.